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CASO CECI CUNHA
Objetivo é esclarecer depoimentos contraditórios de acusados do crime
PF quer reconstituir morte de deputada
da Agência Folha, em Maceió
As Polícias Civil e Federal vão fazer a reconstituição do assassinato
da deputada Ceci Cunha (PSDB-AL), que ontem completou dois
meses.
A PF acusa o deputado Talvane
Albuquerque (PTN-AL) de ser o
mandante do assassinato, mas diz
que ainda há pontos a serem esclarecidos: as armas do crime não foram localizadas e as cinco pessoas
presas acusadas de serem os autores materiais do assassinato deram
depoimentos contraditórios.
Ceci foi morta na frente da casa
de sua irmã Cláudia em Maceió,
para onde foi após ser diplomada
deputada federal. Com ela, foram
mortos seu marido, Juvenal Cunha, 46, seu cunhado Iran Carlos
Maranhão, 33, e a mãe deste último, Ítala Maranhão Pureza, 58.
Devido à morte de Ceci, Talvane
Albuquerque, seu primeiro suplente, tomou posse em seu lugar
na Câmara no último dia 3. No
mesmo dia, a Mesa da Câmara enviou pedido de cassação do mandato do parlamentar à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)
por falta de decoro.
Transferência
Os pontos não esclarecidos no
caso levaram a PF e o delegado responsável pelo caso, Paulo Braz, a
requererem ontem a transferência
para Maceió de Alécio Alves Silva e
Jadielson Barbosa Silva, assessores
de Albuquerque, que estão presos
em Brasília.
Antes da reconstituição, os dois
deverão ser acareados com Mendonça Medeiros da Silva, preso na
última sexta-feira no Pará. A datas
da acareação e da reconstituição
dependem da transferência dos assessores de Albuquerque.
Medeiros da Silva confessou a
participação na chacina, mas disse
que apenas deu proteção ao Fiat
que teria levado Jadielson, Alécio,
e José Alexandre Santos até o local
do crime. Santos, por sua vez, afirmou à PF que quem fez os disparos
contra a deputada e os outros três
que morreram foi Medeiros Silva.
"A autoria material está esclarecida. Foram mesmo esses quatro
homens presos que fizeram a barbaridade. Agora falta definir, por
meio da acareação e da reconstituição, a forma exata como tudo
aconteceu", afirmou o delegado.
Medeiros da Silva afirmou também, em depoimento no inquérito, que além da proteção ao carro
que teria sido utilizado na chacina,
ajudou na fuga dos três funcionários de Albuquerque.
"Fiquei no carro esperando por
eles na BR-101, na saída para Pernambuco. Eles colocaram fogo no
Fiat que usaram e fugiram no Santana que estava comigo", disse Medeiros da Silva, que está preso na
sede do grupo de elite da Polícia
Civil de Alagoas, o Tigre.
O Santana que ele diz ter usado
na fuga foi apreendido no sábado
na casa do pai de Albuquerque, em
Arapiraca (AL). O carro está em
nome de Pedro Leão, marido da
superintendente do INSS de Alagoas, Terezinha Albuquerque, irmã do deputado Albuquerque.
O deputado nega sua participação no crime. Diz que está sendo
vítima de uma "armação" por parte da Polícia Federal. Ontem, Albuquerque não foi localizado para
comentar o assunto.
(ARI CIPOLA)
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