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São Paulo, segunda-feira, 17 de março de 2003

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PAINEL

Aos leões
O PFL está convencido de que Lula é o único que poderia salvar ACM da cassação. Mas, para o partido, o petista não tem por que ajudá-lo. Em tempos de juros altos, fome dez e pouca coisa para mostrar, a agonia do cacique é o melhor modo para desviar o foco das atenções.

Tem limite
Durante a investigação do caso do grampo no Senado, a postura do PFL será de fidelidade a ACM, mas sem morrer por ele. Exatamente como na época do processo sobre a violação do painel eletrônico da Casa.

Longe de mim
Com menos de três meses de governo Lula da Silva, já circulam em Fortaleza carros com o seguinte adesivo: "Não reclama pra mim, votei no Serra!".

Cheque sustado
O Planalto suspendeu o pagamento de R$ 5,58 bilhões em investimentos que foram empenhados pelo governo FHC. O valor refere-se, principalmente, a obras dos ministérios dos Transportes, da Integração Nacional e da antiga Secretaria do Desenvolvimento Urbano.

Contas auditadas
Em 2002, o governo FHC empenhou R$ 10,12 bi em investimentos. Mas, até 31 de dezembro, pagou apenas R$ 4,54 bi. O restante (R$ 5,58 bi) foi deixado para Lula honrar. Mas o petista ordenou a seus ministros que auditem esses contratos antes de liberar os recursos.

Problema resolvido
O reverendo Bob Edgar, do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs dos EUA, estará hoje com Lula e vai entregar ao petista carta pedindo que lidere a luta pela paz. Levará manifestações de várias igrejas católicas norte-americanas contra a guerra.

Liberal e insaciável
O PL pressiona o Planalto para indicar diretores do Fundo Nacional de Saúde, que movimenta R$ 20 bi ao ano. Mas o PT não aceita abrir mão dos cargos.

Mais difícil...
Nos bastidores, a reforma tributária de Lula não causa tanto entusiasmo entre governadores, principalmente do Sul e do Sudeste. Dizem que, na prática, não passa da unificação do ICMS dos Estados.

...do que parece
Contrariados com o Tesouro, governadores de regiões produtoras, que temem perder receita com impostos, afirmam que vão cobrar de Lula estímulos financeiros mais claros.

Questão de transparência
Depois que se descobriu, dias atrás, que nem o cheque de Gisele Bündchen havia caído ainda na conta do Fome Zero, ganhou força requerimento de João Caldas (PL) pedindo ao governo informações sobre quem doou e quanto ao programa.

Aumentar o cacife
O PMDB negocia a filiação de mais quatro senadores ao partido, o que aumentaria sua bancada para 24 parlamentares na Casa. Depois disso, os peemedebistas consideram que o Planalto não terá mais como protelar a reforma ministerial.

Rotina autorizada
O reverendo Moon, suspeito de cometer crimes ambientais e de incentivar entrada irregular de coreanos no Mato Grosso do Sul pelo Paraguai, foi inocentado por relatório de CPI da Assembléia Legislativa.

Paraíso brasileiro
No relatório final, o presidente da CPI, Maurício Picarelli (PSL), ainda ressaltou que a vinda do reverendo Moon ao MS não deve ser encarada "como a instalação do reino do mal na Terra".

Fora do mailing
O gabinete de Marta Suplicy cancelou o envio de e-mails para a assessoria do vereador Ricardo Montoro (PSDB-SP). O tucano acusou a equipe da petista de improbidade administrativa por enviar material do PT anexado a um boletim eletrônico com notícias da prefeitura.

TIROTEIO

De Paulo Sérgio Domingues, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), sobre a rejeição no Senado da proposta para acabar com as votações secretas:
- Só esconde o voto para se preservar quem quer ocultar algo inconfessável.

CONTRAPONTO

Viagem produtiva

Doutor Rosinha, Orlando Fantazzini, Tarcísio Zimmerman (PT) e Jamil Murad (PC do B) foram ao Iraque, representando a Câmara. Antes de chegar a Bagdá, fizeram uma escala em Amã, na Jordânia. Ninguém falava inglês. Só Rosinha e Zimmerman entendiam um pouco.
Os deputados economizavam ao máximo, pois tudo era caro e eles ainda tinham de dar gorjetas, quase uma obrigação no local. Numa manhã, um funcionário do hotel bateu na porta do quarto de Fantazzini e perguntou, em inglês, a que horas deveria fazer a limpeza.
O deputado respondeu:
- No, no, no!
Espantado, o faxineiro foi embora. Rosinha, que viu a cena do corredor, perguntou, rindo:
- Por que você não deixou entrar? Ele só queria arrumar...
- Achei que estava pedindo dinheiro... - respondeu Fantazzini, constrangido.



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