PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O novo superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Minas Gerais, Marcos Helênio Leoni Pena, 59, toma posse hoje disposto a estabelecer uma meta de ações com os sem-terra. Ele vê nisso uma forma de aliviar a tensão que existe hoje no meio rural do Estado.
Aproximar os movimentos organizados dos sem-terra ao Incra é uma maneira que o advogado petista tem para, segundo ele, evitar trombadas com o governo e problemas com os produtores rurais, dispostos a reagirem às invasões de terra.
"Não vamos criar falsa expectativa. Não vamos fazer metafísica que não vai ser cumprida. É difícil dizer que vamos fazer um pacto. Vamos ser realistas", disse ele.
As metas que ele pretende estabelecer estariam de acordo com o orçamento do órgão e com a capacidade que o Incra terá de se desburocratizar. A falta de agilidade dos processos, a seu ver, é um ponto que faz criar as tensões. "O que os movimentos organizados querem é a agilização dos processos", afirmou.
Segundo Helênio, alguns processos no Estado estão correndo há um ano e meio, sem que uma solução esteja próxima. "Se continuar assim, vai haver um desânimo grande."
Por isso ele pensa em fazer constantes reuniões com os movimentos e pôr a superintendência mineira para funcionar mais rapidamente. De qualquer forma, o petista tenta se precaver. Quando o assunto é o orçamento -que ele não sabe a verba que terá disponível-, trata de dizer que a superintendência não tem autonomia sobre isso. Portanto, avisa que qualquer pressão nesse sentido deve ser feita "em Brasília".
Helênio disse que o momento em que assume o órgão é de preocupação. "A situação agrária está delicada. O meu primeiro passo será conter os espíritos."


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