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IGREJA CATÓLICA
Ex-pároco de Bonito era réu em processo
Papa expulsa padre brasileiro suspeito de ligação com tráfico
DA AGÊNCIA FOLHA
O papa João Paulo II ordenou a
expulsão da Igreja Católica do padre Rooswelt Sá de Medeiros, que
era pároco do município de Bonito, no Mato Grosso do Sul, pelo
que o Vaticano considerou como
"má conduta". Medeiros é réu
num processo por suposto envolvimento com o narcotráfico.
A comunicação foi feita no dia
19 do mês passado ao bispo diocesano de Jardim (município vizinho a Bonito), dom Bruno Pedron, que foi encarregado de informar ao ex-padre a sua expulsão. A portaria 116/03/S da Congregação para o Culto Divino e a
Disciplina dos Sacramentos diz
que "o Papa decretou que seja cominada a pena de demissão do estado clerical com suprema e inapelável decisão".
De acordo com dom Bruno,
Medeiros "sempre foi uma pessoa
problemática". "Há quatro anos
pedíamos um comportamento
diferente dele", declarou.
Dom Bruno disse que a situação
do ex-padre era insustentável
porque ele representava "um mau
exemplo", devido à acusação a ele
atribuída. Em julho do ano passado, o ex-presidiário Gilson Pereira Padilha foi preso pela polícia
dentro da casa do ex-padre portando cerca de 70 gramas de cocaína e maconha.
Segundo o delegado de Bonito,
Fernando Lopes Nogueira, Padilha estava escondido debaixo da
cama de Medeiros, nu. À época, o
então padre admitiu que conhecia Nogueira, mas disse que não
sabia que ele estava na sua casa.
Medeiros ficou preso por quatro meses. Segundo o delegado, o
processo contra ele está na fase final, à espera da sentença.
De acordo com dom Bruno, não
foi a primeira vez que o ex-padre
sofreu punição. O envolvimento
de Medeiros com a política já havia lhe rendido um afastamento
da Igreja Católica, depois revisto.
Ele fora prefeito do município de
Bonito na década de 70, segundo
informou o bispo.
(EDUARDO DE OLIVEIRA)
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