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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Um dia depois que pesquisa mostrou insatisfação com a área, candidato do PSDB ataca o Banco Central e a carga tributária
Alckmin critica "tripé econômico" de Lula
LUCIANA CONSTANTINO
CYNTHIA GARDA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pesquisa Ibope de ontem
mostrou que 54% dos eleitores
querem mudanças na economia.
Um dia depois, o candidato do
PSDB à Presidência, o governador
Geraldo Alckmin, defendeu mudanças na área.
"O tripé econômico do governo
está errado", afirmou Alckmin
em entrevista à rádio CBN, de São
Paulo. "A política monetária é totalmente conservadora, a taxa de
juros é muito alta. A política fiscal
vai mal porque o Brasil aumenta
imposto, quando, pelo contrário,
é preciso melhorar a qualidade do
gasto público para diminuir a carga tributária. A política cambial
também vai mal, prejudicando o
agronegócio, as pequenas empresas exportadoras. Daqui a pouco,
vamos exportar empregos."
Os ataques de Alckmin ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva
acontecem em um momento no
qual o presidente tem 43% das intenções de voto, contra 19% do
governador, segundo o Ibope.
À tarde, em Brasília, Alckmin
voltou à economia e defendeu a
redução imediata da taxa de juros
e a necessidade de uma reforma
tributária que diminua impostos.
Também afirmou que o atuais patamares do superávit primário
(economia do governo para pagamento de juros) não são um problema: "Esse é o lado bom [da
atual política econômica]. O problema é a taxa de juros", afirmou.
"Acho que os juros podem ser
baixados imediatamente. Acho
que há um conservadorismo exagerado. Poderíamos ter taxas menores", afirmou Alckmin no dia
em que a ata do Copom (Comitê
de Política Monetária) sinalizou
que a queda dos juros continuará
gradual. Na ata também se lê que
ainda não há como medir os efeitos das últimas reduções de juros
na economia. No início do mês, o
Copom reduziu a taxa de 17,25%
ao ano para 16,5%.
Ao ser questionado sobre o fato
de ser conservador, o tucano disse: "Levo no bom humor essa história de conservador. Engraçado
que são de esquerda o PT e o Lula.
Com todo o respeito, ele tem na
presidência do Banco Central o
Henrique Meirelles, tem a maior
taxa de juros do mundo e a política monetária mais conservadora
do planeta". Alckmin evitou comentar a situação do ministro
Antonio Palocci, que tem sido alvo da CPI dos Bingos.
O tucano afirmou apenas que a
situação é "muito delicada" e que
é preciso investigar. "Cargo de
ministro é de confiança do presidente da República. Cabe ao presidente avaliar", completou.
Mas, se foi contundente contra
o governo, o candidato se esquivou em Brasília das perguntas sobre alianças. Reafirmou que o PFL
é "aliado preferencial" e que vai
aguardar uma "conversa partidária" para tratar sobre seu vice. "O
PFL tem um compromisso com o
prefeito Cesar Maia. Se ele não for
candidato e o PFL não tiver candidato, nós queremos fazer aliança", explicou Alckmin.
As declarações do governador
foram feitas pouco depois de um
rápido cumprimento entre ele e o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva em solenidade no STF (Supremo Tribunal Federal). Foi a primeira vez que eles se encontraram
desde que o PSDB anunciou o governador como seu candidato à
Presidência.
Colaborou a Redação
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