São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2006

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ADVERSÁRIOS CORDIAIS

Assessores foram atrás do governador para que ele não saísse sem cumprimentar o presidente

Lula e Alckmin travam guerra fria no STF

EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No primeiro encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) desde que o tucano foi escolhido candidato do PSDB à Presidência, assessores tiveram de ir buscar o governador de São Paulo já fora da sede do STF (Supremo Tribunal Federal) para que voltasse e cumprimentasse o presidente.
O encontro, rápido e formal, ocorreu por volta das 17h, no STF, após a posse do ministro Enrique Ricardo Lewandowski. Antes, porém, eles travaram uma espécie de "guerra fria".
Ela começou com Lula, que, informado de que Alckmin iria ao STF, mudou toda a sua agenda da tarde e seguiu para a posse.
O tucano chegou atrasado à sessão. Sentou-se a cerca de dez metros de Lula. Neste momento, sentados e sorridentes, o petista e o tucano trocaram acenos.
Ao fim da sessão, Lula, a primeira-dama, Marisa Letícia, e o presidente do STF, Nelson Jobim, posicionaram-se numa ante-sala e passaram a cumprimentar os convidados em fila. Assim que chegou, Lula brincou com os fotógrafos : "Ah, eu sei a foto que vocês estão esperando".
Alckmin, porém, saiu por uma porta lateral. Lula, que já estava há 15 minutos na ante-sala, ficou impaciente. Chamou um assessor e ordenou: "Meu caro, vai ver onde está o Alckmin... Pega o governador e traz aqui, porque, se eu sair sem cumprimentar, a imprensa vai dizer que não quis cumprimentá-lo". Passados cinco minutos, Lula reclamou com Jobim, que pediu que uma assessora fosse atrás dele. Alckmin, que dava entrevista lá fora, foi interrompido. Dois minutos depois, entrou pela porta pela qual saíam os convidados e foi colocado na frente do presidente.
Alckmin cumprimentou Marisa e, à frente de um batalhão de fotógrafos e cinegrafistas, deu um rápido aperto de mãos em Lula. Ambos sorriram. Fora do STF, Alckmin disse: "[Lula] me deu os parabéns, a dona Marisa foi muito simpática... Essa é a civilidade. Política precisa ser feita com civilidade, respeito".


Colaborou o repórter-fotográfico SÉRGIO LIMA, da Sucursal de Brasília

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