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Atuante nos bastidores, peemedebista esteve ausente de 241 sessões da Câmara
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, pautou seus 15 anos como
deputado federal por uma profunda atuação nos bastidores
políticos e administrativos da
Câmara, mas em matéria de
produção legislativa seus resultados são fracos. Além disso, ele
contratou pelo menos um parente sem concurso público.
Geddel ingressou na Câmara
em 1991 e, desde então, foi peça
importante nas articulações
peemedebistas, tendo liderado
a bancada do partido de 1997 a
2003. Em 2003 e 2004, foi o
primeiro-secretário (uma espécie de administrador) da Casa. Nos dois anos seguintes,
presidiu a Comissão de Finanças e Tributação.
Apesar da influência política,
Geddel não conseguiu emplacar nenhum dos 33 projetos
que apresentou, entre eles o
que permitiria o uso do FGTS
para gastos com instrução do
trabalhador e alguns que corrigiam a tabela do Imposto de
Renda. As propostas ou foram
arquivadas ou ainda tramitam
sem urgência. "Isso só demonstra a capacidade de o governo
impor a sua agenda sobre o Legislativo", disse o já ministro.
Outro indicador negativo da
atuação de Geddel foi a baixa
presença em plenário na última
legislatura. Ele foi o sexto deputado mais ausente nas votações em plenário de 2003 a setembro de 2006. Acumulou 241
faltas, o que representou 41%
das sessões de votação.
A maioria de suas faltas foi
justificada sob a rubrica "participação em missão oficial autorizada", nome que abrangia as
mais variadas justificativas, até
mesmo nenhuma. "Fui por sete
anos líder do PMDB, presidi a
Comissão de Finanças e, por
dois anos, a Primeira Secretaria. Quem ocupa esse cargo não
está obrigado a bater ponto."
Sobre os parentes que trabalham ou trabalharam na Câmara, Geddel afirma que o irmão
Lúcio Quadros Vieira Lima,
contratado sem concurso para
seu gabinete, é seu braço-direito e trabalha com ele desde o
início de sua carreira.
Uma cunhada, Tatiana Maria
Pedrosa Vieira Lima, era contratada da Quarta Secretaria
até 2002. O ministro disse que
não teve nenhuma influência
na contratação. Outro irmão,
Afrísio de Souza Vieira Lima
Filho, é diretor legislativo. Embora seja cargo de confiança,
ele é funcionário de carreira há
26 anos, bem antes de Geddel
virar deputado.
(RANIER BRAGON)
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