São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

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Atuante nos bastidores, peemedebista esteve ausente de 241 sessões da Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, pautou seus 15 anos como deputado federal por uma profunda atuação nos bastidores políticos e administrativos da Câmara, mas em matéria de produção legislativa seus resultados são fracos. Além disso, ele contratou pelo menos um parente sem concurso público.
Geddel ingressou na Câmara em 1991 e, desde então, foi peça importante nas articulações peemedebistas, tendo liderado a bancada do partido de 1997 a 2003. Em 2003 e 2004, foi o primeiro-secretário (uma espécie de administrador) da Casa. Nos dois anos seguintes, presidiu a Comissão de Finanças e Tributação.
Apesar da influência política, Geddel não conseguiu emplacar nenhum dos 33 projetos que apresentou, entre eles o que permitiria o uso do FGTS para gastos com instrução do trabalhador e alguns que corrigiam a tabela do Imposto de Renda. As propostas ou foram arquivadas ou ainda tramitam sem urgência. "Isso só demonstra a capacidade de o governo impor a sua agenda sobre o Legislativo", disse o já ministro.
Outro indicador negativo da atuação de Geddel foi a baixa presença em plenário na última legislatura. Ele foi o sexto deputado mais ausente nas votações em plenário de 2003 a setembro de 2006. Acumulou 241 faltas, o que representou 41% das sessões de votação.
A maioria de suas faltas foi justificada sob a rubrica "participação em missão oficial autorizada", nome que abrangia as mais variadas justificativas, até mesmo nenhuma. "Fui por sete anos líder do PMDB, presidi a Comissão de Finanças e, por dois anos, a Primeira Secretaria. Quem ocupa esse cargo não está obrigado a bater ponto."
Sobre os parentes que trabalham ou trabalharam na Câmara, Geddel afirma que o irmão Lúcio Quadros Vieira Lima, contratado sem concurso para seu gabinete, é seu braço-direito e trabalha com ele desde o início de sua carreira.
Uma cunhada, Tatiana Maria Pedrosa Vieira Lima, era contratada da Quarta Secretaria até 2002. O ministro disse que não teve nenhuma influência na contratação. Outro irmão, Afrísio de Souza Vieira Lima Filho, é diretor legislativo. Embora seja cargo de confiança, ele é funcionário de carreira há 26 anos, bem antes de Geddel virar deputado. (RANIER BRAGON)


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