São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

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DITADURA

Presidente da OAB faz crítica a demora para abrir arquivos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da OAB, Cezar Britto, criticou ontem a demora na abertura dos arquivos da ditadura militar em discurso na cerimônia de posse da presidência do STM (Superior Tribunal Militar). Britto pediu para que "a memória do período autoritário venha integralmente à tona".
Em um auditório repleto de oficiais das três Forças Armadas, ele qualificou como "trágico" uma sociedade que não pode conhecer seu passado para não repetir os mesmos erros no futuro. "Precisamos conhecer em minúcias o que se passou no tempo da ditadura", disse. "Anistia não é amnésia."
Britto também criticou a atitude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à abertura dos arquivos. "Hoje mesmo [ontem], o jornal "The New York Times" cobra do presidente Lula mais ousadia na investigação de crimes contra direitos humanos no período autoritário, de 1964 a 1984."
O presidente do STM, recém-empossado, o brigadeiro Henrique Marini, considerou "brilhante" a fala de Britto. Após a cerimônia, o ministro da Defesa, Waldir Pires, também comentou as críticas feitas pelo presidente da OAB. "Todos os fatos devem ser conhecidos."
Não é a primeira vez que a OAB se posiciona a favor do tema. Em 2004, quando fotos que supostamente mostravam corpo do jornalista Vladimir Herzog foram divulgadas, o então presidente da Ordem, Roberto Busato, pediu abertura dos arquivos. (FELIPE SELIGMAN)


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