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DITADURA
Presidente da OAB faz crítica a demora para abrir arquivos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da OAB, Cezar Britto, criticou ontem a
demora na abertura dos arquivos da ditadura militar
em discurso na cerimônia de
posse da presidência do STM
(Superior Tribunal Militar).
Britto pediu para que "a memória do período autoritário
venha integralmente à tona".
Em um auditório repleto
de oficiais das três Forças Armadas, ele qualificou como
"trágico" uma sociedade que
não pode conhecer seu passado para não repetir os mesmos erros no futuro. "Precisamos conhecer em minúcias o que se passou no tempo da ditadura", disse. "Anistia não é amnésia."
Britto também criticou a
atitude do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em relação à abertura dos arquivos.
"Hoje mesmo [ontem], o jornal "The New York Times"
cobra do presidente Lula
mais ousadia na investigação
de crimes contra direitos humanos no período autoritário, de 1964 a 1984."
O presidente do STM, recém-empossado, o brigadeiro Henrique Marini, considerou "brilhante" a fala de
Britto. Após a cerimônia, o
ministro da Defesa, Waldir
Pires, também comentou as
críticas feitas pelo presidente da OAB. "Todos os fatos
devem ser conhecidos."
Não é a primeira vez que a
OAB se posiciona a favor do
tema. Em 2004, quando fotos que supostamente mostravam corpo do jornalista
Vladimir Herzog foram divulgadas, o então presidente
da Ordem, Roberto Busato,
pediu abertura dos arquivos.
(FELIPE SELIGMAN)
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