São Paulo, Quarta-feira, 17 de Março de 1999
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PAINEL

Virou briga

A cúpula do PMDB e o setor mais expressivo do PFL, capitaneado por ACM, compraram a briga para priorizar a reforma tributária e não a política. Enfrentam FHC, o tucano e ministro Pimenta da Veiga e o pefelista e senador Jorge Bornhausen.

Os dois lados estão...

O grupo aliado contrário à priorização da reforma política argumenta que FHC só está preocupado em fazer uma meia-sola para ter controle sobre a base. E diz que o presidente não tem coragem de enfrentar o debate sobre a reforma tributária.

...cobertos de razão

O governo e os partidos aliados que desejam priorizar a reforma política (o PSDB e a ala pefelista de Bornhausen) argumentam que o PMDB e o cacique mais forte do PFL, ACM, perderiam poder para barganhar com FHC. E que defendem a tributária só por saber que ela não sai logo.

Curto-circuito

Embora Pimenta (Comunicações) diga que consultou o PFL, o PMDB, o PSDB e o PPB sobre a reforma política que o governo pretende mandar ao Congresso, o PMDB jura que não foi ouvido.

Os sem-pudor

A eleição municipal de 2000 é uma pedra no caminho do projeto de fidelidade partidária. E das grandes. Há um setor expressivo da base governista que prefere ter ampla liberdade de movimentos para melhor acomodar seus interesses ""eleitorais".

Fogo aliado

De Henrique Alves (RN), vice-líder do PMDB, sobre FHC defender uma reforma política ""fatiada": ""Fatiados estão Estados e municípios. O governo quer se meter num assunto do Congresso e dos partidos (a reforma política) e se omitir em um que lhe cabe (a reforma tributária)".

Cuidando do futuro

Roberto Requião (PMDB), que adora espinafrar as aposentadorias dos outros, requereu a sua ao INSS do Paraná. O senador já dispõe de uma aposentadoria de R$ 8.000 como ex-governador, que está sem receber porque optou pelo salário do Senado.

Enrolação na Internet

Abertura de um texto do megasite do Itamaraty sobre o Brasil: ""O sistema educacional brasileiro atual é resultado da evolução de um processo histórico de desenvolvimento da educação, inserido no panorama mais amplo da história sócio-política e econômica da formação do país". Vide: www.mre.gov.br/cdbrasil.

Cerco em andamento

O PFL nacional está vibrando com a máfia dos fiscais. Acha que o escândalo, que envolve vereadores da base malufista e a gestão de Pitta em São Paulo, enfraquece Maluf e abre as portas para o partido absorver o PPB.

Temporada de caça

No tucanato federal, circula que Covas abateu a possibilidade de Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo) ir presidir a Petrobrás. Devido a uma suposta insatisfação com a gestão dele na Secretaria de Energia paulista.

Mostrando serviço

Jungmann (Política Fundiária) pediu e conseguiu audiência com Itamar sobre a descentralização da reforma agrária. Será o primeiro ministro de FHC a tratar de assuntos administrativos com o governador mineiro.

Todos são suspeitos

O STF pediu que o procurador Brindeiro apure a denúncia de que documentos sobre o desvio de dinheiro da Caixego para o PMDB goiano teriam sido surrupiados num "tribunal nacional".

Longa batalha

A rádio 9 de Julho, tirada da Igreja Católica em 1973 pelo regime militar, volta ao ar depois de amanhã, na frequência 1600 AM. O governo FHC devolveu a rádio à Arquidiocese de São Paulo.

Polêmica federal

A Fenaseg diz que a razão da alta do repasse do seguro obrigatório para o Fundo Nacional de Saúde em fevereiro é a sua cobrança junto com o IPVA. Para o governo, o motivo é a obrigação de as seguradoras depositarem o valor diretamente no fundo.

TIROTEIO

De Roberto Jefferson (RJ), líder do PTB na Câmara, sobre a legenda ter perdido seis deputados para o PMDB e um deles, Osvaldo Biolchi (RS), ter dito que trocou de partido porque Jefferson era um ""liquidante" e não um líder:
- O sedutor ministro Padilha (Transportes), o Rodolfo Valentino dos pampas, usou 150 mil argumentos reais para convencer cada um que passou para o lado de lá, inclusive o Biolchi.

CONTRAPONTO

Insubordinação da pesada
O vice-presidente Marco Maciel foi chefe do Gabinete Civil do então presidente, José Sarney, entre fevereiro de 1986 e abril do ano seguinte.
Durante o período em que esteve no cargo, Maciel resolveu viajar para São Paulo a fim de se submeter a uma bateria de exames médicos, o que sempre faz periodicamente.
Levou os papéis a um médico de confiança, que constatou que não havia nada preocupante.
De volta a Brasília, percebeu que, após um despacho com Sarney, o presidente ficou alguns segundos em silêncio, como se estivesse esperando algo de Maciel.
Depois, Maciel sentiu uma certa frieza de Sarney. Com a repetição da situação, ele decidiu perguntar ao presidente o que estava acontecendo.
Sem se importar com a fama de hipocondríaco, Sarney explicou:
- Você, sabendo como eu gosto de olhar esses exames médicos, não me mostra nenhum e ainda pergunta o que há?!


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