|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para magistrado, Poder está cerceado
da Reportagem Local
O Brasil vive um momento comparável ao da edição do AI-5 quando o assunto é o cerceamento da
atuação do Judiciário. A afirmação
é do vice-presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais), Wilson Zauhy Filho.
Hoje, Zauhy e os cerca de 750 juízes federais do país vão suspender
o trabalho para discutir os problemas do Judiciário.
A Ajufe vai aproveitar o evento
para apresentar sua proposta de
reforma do Judiciário, que inclui o
controle externo do Poder.
A seguir, os principais trechos da
entrevista de Zauhy:
(CLÁUDIA TREVISAN)
Folha - Qual é o objetivo da mobilização dos juízes federais?
Wilson Zauhy Filho - Nós queremos travar uma discussão efetiva
sobre o Poder Judiciário, mais especificamente o Judiciário federal.
E nós já tínhamos programado isso bem antes das declarações do
presidente do Congresso (Antonio
Carlos Magalhães).
Folha - Mas as declarações críticas ao Judiciário podem mudar o
caráter da mobilização?
Zauhy - Não, porque nós não nos
importamos muito com o que o
ACM diga, particularmente em relação à Justiça Federal. Preocupa-nos sim o descaso com que ele trata as instituições.
Folha - E a proposta de criação de
CPI para investigar o Judiciário?
Zauhy - Não vemos problema nenhum. Tanto é que colocamos na
nossa proposta de reforma do Judiciário, que será apresentada
amanhã (hoje), a instituição do
controle externo do Judiciário.
Folha - A reedição de medidas
provisórias e a limitação na concessão de liminares estão cerceando a atuação do Judiciário?
Zauhy - Sem dúvida. Se a medida
provisória 1.798/99 estivesse em
vigor na época do Plano Collor, as
pessoas não conseguiriam desbloquear seus cruzados, porque ela
impede que a liminar produza
efeitos imediatos.
Folha - A atuação do Judiciário
está ameaçada hoje?
Zauhy - Só vejo outro momento
histórico comparável em termos
de cerceamento, que é a edição do
AI-5. O AI-5 disse exatamente isso:
estão suspensas as garantias individuais. Não há mandado de segurança, não há habeas corpus. Seria
a mesma coisa, porque, na época,
esses eram os únicos instrumentos
que garantiam a solução imediata
de problemas.
Texto Anterior: Presidente do STF critica greve de juízes Próximo Texto: Cartório funciona, apesar de protesto Índice
|