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BAHIAGATE
Delegado tem celular clonado
Defesa de ACM não afeta apuração, diz delegado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O depoimento por escrito do senador Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA) ao Conselho de Ética
do Senado, anteontem, não altera
em nada o andamento do inquérito aberto pela Polícia Federal em
fevereiro para investigar a escuta
clandestina de telefones celulares
na Bahia.
A observação foi feita ontem pelo delegado federal que comanda
as investigações, Gesival Gomes.
Quatro pessoas, entre as 40 que
já foram ouvidas, citam o senador
como mandante dos grampos.
O deputado Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA), que pediu a abertura do inquérito, atribui a responsabilidade a ACM, mas isso não
consta de seu depoimento formal
sobre o caso.
Segundo o delegado Gomes, "o
que ocorreu no Conselho de Ética
não altera nada que é feito no inquérito".
No depoimento por escrito, o
senador baiano refuta os supostos
indícios sugeridos pelo deputado
Nelson Pellegrino (PT-BA) e pelo
ex-deputado Benito Gama
(PMDB-BA) de que ele seria mandante dos grampos. Segundo
ACM, os dois deram declarações
movidos por um duelo político
local.
O delegado da PF afirma que
deve ouvir ACM antes de decidir
se o depoimento por escrito dele
ao Conselho de Ética será anexado aos autos. ACM será convidado a depor pelo delegado e, por
ser senador, terá a prerrogativa de
escolher data, local e horário. Segundo Gomes, o senador só deve
prestar depoimento em junho.
Clonagem
O delegado da PF teve seu telefone celular clonado em Brasília,
de acordo com informações da
própria Polícia Federal. Ontem
pela manhã, a operadora da linha
usada pelo delegado encaminhou
à PF um relatório informando
que detectou o clone, após efetuar
uma varredura em números pertencentes a funcionários públicos.
Segundo a operadora, o clone
(habilitação de um número já
existente) é utilizado normalmente por pessoas que não querem pagar as tarifas. Após a clonagem, existe a possibilidade de
as conversas telefônicas serem
grampeadas. "Devido às proporções do escândalo baiano, acredito que o meu telefone foi clonado para fins de grampo", disse o delegado.
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