São Paulo, sábado, 17 de abril de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAIBA MAIS

New Deal, a superintervenção estatal

DA REPORTAGEM LOCAL

A alusão ao New Deal norte-americano sempre foi freqüente nas fileiras do PT, principalmente entre os economistas que estavam envolvidos no que seria, antes da eleição, o plano econômico do governo Lula.
A comparação, apesar de inadequada, baseava-se na avaliação de que, como em 1933 nos EUA, o governo Lula inauguraria um período de maior intervenção estatal para incentivar o crescimento da economia.
A percepção de que era essa a idéia transmitida pelo governo fez, por exemplo, com que um diário como o Wall Street Journal, em sua edição de ontem, publicasse texto em que afirmava que o presidente assumiu "prometendo reformar o Brasil com um New Deal tropical".
O "Fome Zero", primeiro grande programa do governo Lula, foi inspirado pelo "Food Stamp" norte-americano, política de distribuição de vales que podiam ser trocados por comida criado por Franklin Roosevelt, presidente dos EUA no período em que o New Deal foi implementado (1933-1939).
A idéia de aumentar o contingente do Exército e de criar frentes de trabalho é outro tipo de política que se aproxima do programa de Roosevelt.
Mas a comparação é inadequada. O New Deal foi mais do que um programa de criação de empregos e combate à fome.
Entre 1933 e 1939 o governo dos EUA interveio como nunca na economia. Criou frentes de trabalho e implantou o sistema que hoje conhecemos como seguro-desemprego. Implementou regras que limitavam a atuação das instituições financeiras e passou a fiscalizar o mercado de ações. Tudo combinado com um grande programa de obras e gasto público recorde: a década de 30 inaugurava, nos EUA, a idéia de que, durante uma recessão, o governo deveria gastar mais para reanimar a economia.

Texto Anterior: "New deal tropical": Lula anuncia novo pacote no 1º de Maio para reagir à crise
Próximo Texto: Base dividida: Para presidente do PPS, governo não é de esquerda e Serra mudaria mais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.