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SAIBA MAIS
New Deal, a superintervenção estatal
DA REPORTAGEM LOCAL
A alusão ao New Deal norte-americano sempre foi freqüente
nas fileiras do PT, principalmente entre os economistas que
estavam envolvidos no que seria, antes da eleição, o plano
econômico do governo Lula.
A comparação, apesar de inadequada, baseava-se na avaliação de que, como em 1933 nos
EUA, o governo Lula inauguraria um período de maior intervenção estatal para incentivar o
crescimento da economia.
A percepção de que era essa a
idéia transmitida pelo governo
fez, por exemplo, com que um
diário como o Wall Street Journal, em sua edição de ontem,
publicasse texto em que afirmava que o presidente assumiu
"prometendo reformar o Brasil
com um New Deal tropical".
O "Fome Zero", primeiro
grande programa do governo
Lula, foi inspirado pelo "Food
Stamp" norte-americano, política de distribuição de vales que
podiam ser trocados por comida criado por Franklin Roosevelt, presidente dos EUA no período em que o New Deal foi implementado (1933-1939).
A idéia de aumentar o contingente do Exército e de criar frentes de trabalho é outro tipo de
política que se aproxima do programa de Roosevelt.
Mas a comparação é inadequada. O New Deal foi mais do
que um programa de criação de
empregos e combate à fome.
Entre 1933 e 1939 o governo
dos EUA interveio como nunca
na economia. Criou frentes de
trabalho e implantou o sistema
que hoje conhecemos como seguro-desemprego. Implementou regras que limitavam a atuação das instituições financeiras
e passou a fiscalizar o mercado
de ações. Tudo combinado com
um grande programa de obras e
gasto público recorde: a década
de 30 inaugurava, nos EUA, a
idéia de que, durante uma recessão, o governo deveria gastar
mais para reanimar a economia.
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