São Paulo, sábado, 17 de abril de 2004

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Ex-líder de Lula na Câmara pede pacto nacional

Para presidente do PPS, governo não é de esquerda e Serra mudaria mais

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PPS iniciou ontem em Brasília reunião de seu Diretório Nacional e voltou a atacar a política econômica e administrativa do governo, que precisaria de um "pacto nacional" para correção de rumos. Para o deputado Roberto Freire (PE), presidente nacional da sigla, Luiz Inácio Lula da Silva não faz um governo de esquerda.
"O José Serra [candidato derrotado do PSDB] apontava para mais mudanças do que o Lula está fazendo", afirmou. Ressaltando não defender um "cavalo de pau" na economia, Freire criticou o atual rumo: "A que grau chegou a subordinação: a uma análise de investidores do mercado, especuladores do JP Morgan", disse, sobre o banco americano, que reduziu a recomendação de investimentos em títulos brasileiros.
O recém-filiado deputado Miro Teixeira (RJ), ex-ministro das Comunicações e ex-líder do governo na Câmara, também fez críticas e falou num "cenário de ingovernabilidade". "Em algum momento, será necessário um pacto. Há uma situação de ingovernabilidade, de falência dos instrumentos de gestão", afirmou, ressaltando se referir a um "acúmulo de décadas".
Miro disse ainda querer saber mais sobre a ação do governo no Congresso. "A base reclama de acordos não cumpridos. Tem que explicitar que acordos são. Eu não sei e tenho curiosidade de saber."
O PPS é o partido do ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), que já divergiu publicamente de Freire. Ciro não havia comparecido ao encontro até a conclusão da edição. A reunião acaba hoje. O PPS prepara nota com críticas e pedidos de mudanças.


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