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Dirceu decide ir
à Justiça contra
irmão de Daniel
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A assessoria de imprensa da
Casa Civil da Presidência informou que o ministro José Dirceu vai entrar na Justiça contra
o oftalmologista João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel, que o acusou de receber dinheiro de propinas
quando era presidente do PT.
João Francisco afirmou que
Gilberto Carvalho, atual chefe-de-gabinete do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, disse a ele,
dias depois do seqüestro do então prefeito, que levaria dinheiro de propina ao PT e entregaria a Dirceu em São Paulo.
A assessoria de Dirceu informou que ainda está sendo analisado o tipo de ação que será
movida contra o irmão do prefeito. Carvalho informou, por
meio da Secretaria de Imprensa do Planalto, que não iria comentar as declarações.
João Francisco fez a mesma
acusação contra Dirceu, Carvalho, o empresário Sérgio Gomes da Silva e outras pessoas
pela primeira vez em 24 de
maio de 2002, em depoimento
prestado ao Ministério Público
de Santo André. Os detalhes do
depoimento foram publicados
pela Folha e outros órgãos de
comunicação em 20 de junho.
"Gilberto chegou a mencionar, também, que arrecadou e
entregou para o deputado José
Dirceu a importância de R$ 1,2
milhão, em espécie, para a
campanha municipal da cidade
de São Paulo e também para a
futura campanha nacional do
Partido dos Trabalhadores",
disse João Francisco, no depoimento aos promotores.
Em longa entrevista concedida à Folha em 21 de junho de
2002, João Francisco reafirmou
as acusações. "Foi quando Gilberto [Carvalho] chegou a me
dizer que entregou R$ 1,2 milhão para o José Dirceu de uma
vez só", disse João Francisco,
naquela entrevista.
Dias depois, o oftalmologista
foi convocado a prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito aberta pela Câmara Municipal de Santo André para investigar a suposta
criação de um caixa dois na
prefeitura da cidade para alimentar campanhas eleitorais
do PT. Na ocasião, ele reafirmou os depoimentos dados ao
Ministério Público, à Folha e a
outros órgãos da imprensa.
Em dezembro de 2003, depois que o Ministério Público
anunciou a reabertura das investigações sobre o assassinato
do prefeito, João Francisco, em
entrevista exclusiva à Folha,
preferiu não entrar no assunto,
mas não negou as declarações
dadas no ano anterior.
Ontem, em entrevista concedida ao jornal "O Estado de S.
Paulo" após a entrevista coletiva convocada pela família para
cobrar omissões nas investigações da Polícia Civil sobre o assassinato, João Francisco voltou a fazer as mesmas acusações contra Dirceu e Carvalho.
Na época da divulgação das
denúncias de João Francisco,
Carvalho, Dirceu e Sérgio Gomes da Silva negaram ter mantido o caixa dois. Em nota de 21
de junho de 2002, Dirceu disse
ter lido "com indignação" as
notícias com "denúncias infundadas e caluniosas".
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