São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2001

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Oposição acha que ganhou um voto

RONALD FREITAS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O voto do relator do Conselho de Ética do Senado, Saturnino Braga (PSB-RJ), alterou a contagem a favor da cassação dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF). A oposição já contabiliza o voto do senador Lauro Campos, na sessão da próxima quarta-feira, quando será votado o relatório de Saturnino.
Interlocutores de Lauro Campos (sem partido-DF) identificaram a disposição do senador (que deixou o PT) de votar pela cassação. "Quando há falta de decoro não pode haver meio termo", afirma Campos, que considerou "independente" a posição do relator.
"Saturnino passou por grandes dificuldades durante a elaboração, mas encontrou o ponto certo." Lauro Campos admite que já definiu seu voto. "Mas não posso revelá-lo sob pena de ser desligado do conselho", diz.
O senador Nabor Júnior (PMDB-AC) pretende aguardar a posição do senador Waldeck Ornélas (PFL-BA), que pediu vista do processo: "Vou esperar a defesa, mas posso adiantar que meu voto será igual para o senador Arruda e o senador Antonio Carlos".
Nabor diz que não se sente pressionado por colegas ou eleitores: "A população do Acre não tem se manifestado a respeito". Nabor deve tentar o terceiro mandato de senador em 2002. No Acre, o PMDB está coligado ao PPB e ao PFL desde as eleições de 1998.
Os senadores Lúcio Alcântara (PSDB-CE) e Amir Lando (PMDB-RO) mantiveram o sigilo de suas decisões, ainda que se digam favoráveis ao voto aberto na sessão. Alcântara diz que já definiu seu voto e nega ter levado em conta a amizade com ACM ou a ligação do senador baiano com o governador Tasso Jereissati (CE).
O senador admite que o silêncio vinha sendo interpretado como apoio a ACM, mas vale-se do Código de Ética e Decoro Parlamentar para não revelar seu voto. O regulamento pune com desligamento do conselho os integrantes que anteciparem decisões.
Alcântara, que considerou o relatório de Saturnino "denso e consistente", defende que se estabeleça o contraditório. Amir Lando também quer garantir o direito de defesa de ACM e Arruda.


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