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CAMPO MINADO
Área fica no interior
MST invade fazenda da Votorantim em São Paulo
TATIANA UEMURA
DAS REGIONAIS
Cerca de 50 integrantes do MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) invadiram na
manhã de ontem a fazenda do
Una, pertencente à VCP (Votorantim Celulose e Papel), em Taubaté (130 km de São Paulo).
De acordo com a Polícia Militar,
integrantes do movimento protegiam à noite a porta do local para
garantir a instalação das barracas.
Não houve confrontos entre invasores e policiais. Também não
houve danos à propriedade, que
tem cerca de 600 hectares.
A invasão foi comunicada à polícia por um funcionário da própria VCP, que registrou um boletim de ocorrência no 1º DP (Distrito Policial) de Taubaté. Segundo a PM, a área é produtiva e abriga plantações de eucalipto para a
produção de papel e celulose.
Ontem à noite, um grupo de 12
pessoas se preparava para deixar
o assentamento Nova Esperança
1, na fazenda Santa Rita, em São
José dos Campos (SP), para dar
apoio à invasão na vizinha Taubaté, de acordo com o militante do
MST Antônio Lourenço da Silva.
"Nós estamos ocupando essa
fazenda da Votorantim porque é
um latifúndio improdutivo", afirmou Silva. Segundo ele, mais famílias se preparavam para deixar
a fazenda Santa Terezinha, de
propriedade do Unibanco, no
bairro dos Remédios, também em
Taubaté, para engrossar o acampamento na fazenda do Una.
A Folha não conseguiu localizar
ontem o líder do MST no Vale do
Paraíba, Valdemir Nascimento.
No início do mês, cerca de 150
militantes do MST invadiram a
sede regional do Itesp (Fundação
Instituto de Terras do Estado de
São Paulo), também em Taubaté.
Eles protestavam contra a demora na definição de áreas improdutivas no Vale do Paraíba e
no processo de desapropriações,
além da falta de assistência às famílias já assentadas. Os sem-terra
também cobravam ações contra
as denúncias de vendas de lotes
na região do Pontal do Paranapanema, também em São Paulo.
Apesar de os manifestantes estarem com foices e facões, não
houve conflitos. À época, o Itesp
havia se comprometido a dar assistência técnica e enviar ao governo do Estado uma pauta com
reivindicações do movimento.
Outras invasões
No dia 19 do mês passado, 400
famílias ligadas ao MST invadiram a fazenda Faxinal do Paulista,
em São Cristovão do Sul (SC),
pertencente a Klabin, que também atua no ramo de papel e celulose. A empresa afirmou na ocasião que a área era produtiva.
No dia 5 do mesmo mês, o movimento já havia invadido uma
fazenda da multinacional Veracel
Celulose em Porto Seguro (BA). A
empresa também insistiu na época na produtividade da área.
Pontal
Segundo a PM de Álvares Machado, na região do Pontal do Paranapanema (SP), militantes do
MST iniciaram ontem um acampamento nas margens da estrada
da Amizade, próxima à rodovia
Raposo Tavares. Os líderes disseram a policiais que pretendem levar 800 famílias para o local.
Colaborou a Agência Folha
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