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TEORIA E PRÁTICA
Técnicos do banco assinam documento de economistas ligados ao PT, que foi lançado ontem no Rio
Economistas do BNDES endossam críticas à Fazenda
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O manifesto "A Agenda Interditada - Uma Alternativa de Prosperidade para o Brasil", contendo
uma proposta de sete pontos para
uma nova política econômica, é
assinado por pelo menos 17 economistas do BNDES ou que estão
prestando serviços à atual gestão
do banco federal. O BNDES é responsável pelos empréstimos do
governo para investimentos de
longo prazo.
O documento de economistas
ligados ou simpáticos ao PT, cujo
conteúdo foi antecipado pela Folha na semana passada, foi lançado oficialmente ontem à tarde,
com 299 assinaturas.
Entre as propostas estão o controle do fluxo de capitais externos,
a administração do câmbio e a redução do superávit primário das
contas públicas para combater o
desemprego.
Entre os economistas do
BNDES que assinaram o documento estão ocupantes de cargos
de chefia, como a chefe do Departamento de Comércio Exterior,
Mônica Esteves de Carvalho, o gerente do Departamento de Renda
Variável da área de Infra-Estrutura, Alexandre Porciúncula Gomes
Pereira, e o gerente do Departamento de Saúde e Educação, Walsey de Assis Magalhães.
Um dos articuladores do documento foi Maurício Dias David,
assessor da presidência do banco
e um dos coordenadores do programa econômico de Ciro Gomes, candidato derrotado do PPS
à Presidência e hoje ministro da
Integração Regional.
Outros nomes importantes para
a confecção do documento são
economistas que formam o corpo
de professores de um curso de reciclagem sobre desenvolvimento
econômico que o banco contratou na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Entre eles
estão o coordenador do curso,
Carlos Medeiros, e o subcoordenador, José Carlos de Assis.
A assessoria de imprensa do
BNDES informou que o banco
não controla opiniões dos seus
empregados, desde que não as expressem em nome da instituição.
Segundo a assessoria, o BNDES
tem mais de mil técnicos, dos
quais mais de 300 são economistas, sendo natural que apareçam
opinando sobre assuntos contra
ou a favor do governo.
Na versão do documento divulgada ontem na sede do Conselho
Regional de Economia do Rio, foi
suprimida da proposta número
dois a parte que admitia até a "eliminação" do superávit das contas
públicas. Segundo José Carlos de
Assis, a mudança foi apenas "uma
questão de texto para não entrar
em detalhes que exigiriam um
discurso para justificar".
O conjunto da proposta inclui a
defesa da ampliação dos gastos
públicos para financiar investimentos, a renegociação das dívidas de Estados e municípios com
a União e a "redução significativa
dos juros básicos".
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