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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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CASO BANESTADO

Senado, agora, também diz querer uma CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após impedir a investigação no Senado da remessa ilegal de US$ 30 bilhões para o exterior, por meio de contas CC-5 do Banestado, líderes partidários e o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), mudaram de idéia. Agora que a Câmara dos Deputados passou à frente e criou uma CPI com o mesmo objetivo, os senadores querem participar da apuração do caso.
De acordo com Sarney, se a Câmara não concordar em transformar sua CPI em mista (integrada por deputados e senadores), o Senado poderá instalar sua própria comissão, para realizar uma investigação paralela. Ele lembrou que não seria a primeira vez: há pouco tempo, Câmara e Senado criaram duas CPIs diferentes para investigar supostas irregularidades no futebol brasileiro.
"Esse é um assunto que já amadureceu e o Congresso mostrou o desejo de investigar", afirmou o presidente do Senado. O tema será tratado em reunião dos líderes partidários, que pode ocorrer hoje ou amanhã.
Segundo Sarney, com a criação da CPI na Câmara "não tem mais sentido" a decisão dos líderes de não dar encaminhamento ao requerimento do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) para aguardar a conclusão da investigação da Polícia Federal.
Barros anunciou que irá reapresentar hoje o requerimento criando a CPI do Banestado. Da outra vez, ele conseguiu 37 assinaturas -10 a mais do que o número necessário-, mas, por determinação dos líderes, 12 senadores acabaram retirando o apoio. Ele disse que voltou a ter a quantidade suficiente de assinaturas.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) foi autora do primeiro requerimento propondo a criação da uma CPI para apurar a remessa ilegal de recursos para o exterior via Banestado. Na ocasião. ela conseguiu as assinaturas necessárias, mas foi convencida pelos líderes do PT, Tião Viana (AC), e do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), a não apresentar o requerimento para instalar a CPI naquele momento.


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