|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DIPLOMACIA
País defende Japão e mais um país em desenvolvimento, Brasil ou Índia
EUA aceitam só mais dois na ONU
DE NOVA YORK
Depois de meses de negociações, o governo norte-americano
deve apoiar uma reforma do Conselho de Segurança da ONU que
tenha a inclusão de dois novos
membros permanentes.
O subsecretário de Estado para
assuntos políticos, Nicholas
Burns, informou que a Casa Branca enviou mensagens a todas as
embaixadas ao redor do mundo
com sua posição sobre mudanças
nas Nações Unidas.
Fontes do governo relataram ao
jornal "The New York Times" que
os EUA vão apoiar duas novas vagas permanentes, uma para o Japão e outra para um país em desenvolvimento. Os dois principais
candidatos a essa segunda vaga,
se a reforma vier a ser aprovada
no modelo dos norte-americanos,
são o Brasil e a Índia.
Até agora, os EUA já tinham feito várias sinalizações aos outros
países sobre as mudanças, mas
nunca emitido de maneira clara
qual a sua idéia para a reforma do
Conselho de Segurança.
A proposta do governo dos
EUA é muito mais tímida que a
encampada pelo Brasil e por seus
aliados no seu projeto de reforma
da ONU. O G-4, grupo formado
por Brasil, Índia, Japão e Alemanha, quer seis novos membros
permanentes no Conselho.
Ontem, as negociações entre o
G-4 e os EUA ainda estavam em
andamento, sem nenhum definição. O grupo já abriu mão de conseguir imediatamente o direito de
veto. A maior prejudicada pela
proposta dos EUA é a Alemanha,
que mais uma vez viu sua pretensão contestada frontalmente.
A reforma está em discussão há
mais de dez anos, e o secretário-geral das ONU, Kofi Annan, deseja que ela seja votada até setembro, quando haverá uma mega-conferência em Nova York, nos
60 anos da entidade.
O governo brasileiro ficou satisfeito com a mudança de posição
dos EUA. No entanto, o governo
brasileiro considera insuficiente a
defesa feita pelos americanos de
ampliar o Conselho de Segurança
para apenas mais dois membros,
segundo informou o Itamaraty.
O Brasil defende que sejam incluídos mais seis países no conselho permanente, atualmente integrado pelos Estados Unidos, Inglaterra, França, China e Rússia.
Ontem, o ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim, falou
por telefone com a secretária de
Estado americana, Condoleezza
Rice, sobre a reforma do conselho, mas ela não ofereceu apoio
explícito ao Brasil.
(PEDRO DIAS LEITE e CLAUDIA DIANNI)
Texto Anterior: Outro lado: Petebista admite que se esqueceu de declarar imóveis Próximo Texto: Toda mídia - Nelson de Sá: Um dos mais fortes Índice
|