São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2005

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DIPLOMACIA

País defende Japão e mais um país em desenvolvimento, Brasil ou Índia

EUA aceitam só mais dois na ONU

DE NOVA YORK

Depois de meses de negociações, o governo norte-americano deve apoiar uma reforma do Conselho de Segurança da ONU que tenha a inclusão de dois novos membros permanentes.
O subsecretário de Estado para assuntos políticos, Nicholas Burns, informou que a Casa Branca enviou mensagens a todas as embaixadas ao redor do mundo com sua posição sobre mudanças nas Nações Unidas.
Fontes do governo relataram ao jornal "The New York Times" que os EUA vão apoiar duas novas vagas permanentes, uma para o Japão e outra para um país em desenvolvimento. Os dois principais candidatos a essa segunda vaga, se a reforma vier a ser aprovada no modelo dos norte-americanos, são o Brasil e a Índia.
Até agora, os EUA já tinham feito várias sinalizações aos outros países sobre as mudanças, mas nunca emitido de maneira clara qual a sua idéia para a reforma do Conselho de Segurança.
A proposta do governo dos EUA é muito mais tímida que a encampada pelo Brasil e por seus aliados no seu projeto de reforma da ONU. O G-4, grupo formado por Brasil, Índia, Japão e Alemanha, quer seis novos membros permanentes no Conselho.
Ontem, as negociações entre o G-4 e os EUA ainda estavam em andamento, sem nenhum definição. O grupo já abriu mão de conseguir imediatamente o direito de veto. A maior prejudicada pela proposta dos EUA é a Alemanha, que mais uma vez viu sua pretensão contestada frontalmente.
A reforma está em discussão há mais de dez anos, e o secretário-geral das ONU, Kofi Annan, deseja que ela seja votada até setembro, quando haverá uma mega-conferência em Nova York, nos 60 anos da entidade.
O governo brasileiro ficou satisfeito com a mudança de posição dos EUA. No entanto, o governo brasileiro considera insuficiente a defesa feita pelos americanos de ampliar o Conselho de Segurança para apenas mais dois membros, segundo informou o Itamaraty.
O Brasil defende que sejam incluídos mais seis países no conselho permanente, atualmente integrado pelos Estados Unidos, Inglaterra, França, China e Rússia.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, falou por telefone com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, sobre a reforma do conselho, mas ela não ofereceu apoio explícito ao Brasil.
(PEDRO DIAS LEITE e CLAUDIA DIANNI)


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