São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br

Jarbas, a esfinge

Pernambuco é a terra do candidato a vice e do coordenador de campanha de Geraldo Alckmin. O governador Mendonça Filho é do PFL. Jarbas Vasconcelos, maior líder local, apóia o tucano. Mas a visita de Lula, ontem, mostrou que, à exceção de José Jorge, ninguém quer briga com o petista no Estado. Mendonça não só foi ao palanque como elogiou o presidente.
O silêncio de Jarbas incomoda o comando da campanha. O ex-governador não acompanhou o tucano em nenhuma das suas quatro visitas a Pernambuco. Também não foi ao lançamento da chapa, em Brasília. Na segunda, caciques tucano-pefelistas almoçam para tentar acertar os ponteiros. Mas Jarbas já avisou: não vai bater em Lula durante a campanha.

Ombro a ombro. Eduardo Campos (PSB) e Humberto Costa (PT), candidatos ao governo de Pernambuco, dividiram o palanque com Lula. Depois do evento em Olinda, o presidente quebrou o protocolo e caminhou ao lado do petista no meio do público.

Pai dos pobres. O roteiro original da visita previa que Lula fosse a uma casa de alvenaria. Ele pediu para mudar a escala para uma palafita numa favela no chamado "Canal da Malária", em Olinda.

Filé. O datacenter do INSS lançado por Lula em Recife será operado pela Datamétrica Consultoria e Pesquisa, de um irmão do deputado Maurício Rands (PT). O contrato é de R$ 29 milhões. O parlamentar diz que a empresa venceu um pregão eletrônico.

Foi Deus. Explicação do prefeito Cesar Maia para a declaração da prefeita pefelista de São Gonçalo, Aparecida Panisset, que "torce" para que Lula se reeleja no primeiro turno: como evangélica, ela reconheceu "biblicamente" a autoridade do presidente.

Diplomacia. Cristovam Buarque tentou, na última semana, contornar a rebelião de candidatos a governador e deputados do PDT contra sua candidatura. Esteve com Osmar Dias (PR) e expôs as razões para manter-se no páreo.

Desculpa aí. O deputado Luiz Piauhylino (PE) telefonou para Cristovam antes de assinar o manifesto das bancadas do partido contra sua candidatura. Disse que não era nada "pessoal".

Dono da bola. A despeito da grita geral, Carlos Lupi mantém a convenção de segunda-feira. Diz que a candidatura própria terá a maioria dos quase 500 votos.

Script. Aliados de Joaquim Roriz acham que o peemedebista só espera a impugnação da chapa Maurício Corrêa-Abadia pelo TSE para largar o barco. Dirá que cumpriu acordo com o ex-ministro do STF, mas ficará livre para apoiar outro candidato no DF.

À vista. No afã de pagar aos parlamentares a segunda parcela da convocação extraordinária de janeiro, a Câmara depositou R$ 12,8 mil para 407 deputados antes mesmo da publicação da decisão judicial autorizando o extra.

Relógio. José Janene (PR) vai recorrer ao STF contra a decisão do Conselho de Ética, que aprovou seu pedido de cassação. A estratégia do ex-líder do PP, como sempre, é ganhar tempo: quer ser julgado depois do recesso, quando a Câmara estará vazia.

Também quero. Roberto Requião (PMDB) impugnou a privatização da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, prevista para o fim do mês. O governador paranaense apontou irregularidades no edital, que impedia outras estatais da área de participar do leilão de ações.

Recado. Ato contínuo, Requião enviou um fax ao governador Cláudio Lembo (PFL) pedindo para que a Copel (Companhia Paranaense de Energia) seja incluída na disputa pelas ações da Cteep.

Padrinho. Waldir Brandão, superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral paranaense preso pela Polícia Federal sob acusação de coordenar esquema de exploração ilegal de minérios, foi indicado pelo deputado Max Rosenmann, da ala oposicionista do PMDB.

Tiroteio

José Jorge mostra desrespeito, despreparo e desespero. O "ministro do apagão" deveria comparar o Brasil de hoje, que tem energia para crescer, com o que eles deixaram.


Do líder do PT na Câmara, HENRIQUE FONTANA (RS), em resposta ao senador pefelista, candidato a vice de Geraldo Alckmin, para quem o presidente Lula "só viaja e bebe muito".

Contraponto

Colírio neles

O PSOL reuniu deputados e sua presidenciável, Heloísa Helena, para assistir à estréia do Brasil na Copa em sua sede, em Brasília. Regada a cachorro-quente e refrigerante, a festa ganhou ares patrióticos na execução do Hino Nacional. Alguns choraram ao cantar, o que chamou a atenção de crianças presentes. Coube a Chico Alencar (RJ) quebrar o clima:
-Menos, pessoal! Essas lágrimas, exageradas para um primeiro jogo, foram provocadas pelas cebolas que cortamos para o molho do cachorro-quente!


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