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REFORMA NO AR
Paridade entre ativos e inativos, porém, continua indefinida
Estados cedem e aceitam aposentadoria integral
DA AGÊNCIA FOLHA
Governadores disseram ontem
que aceitam manter o direito à
aposentadoria integral para os
atuais servidores públicos, nos
moldes da proposta para a reforma da Previdência feita anteontem pelo governo federal em reunião com cinco governadores
(RS, MG, GO, AM e RN), representantes de cada região do país.
Os governadores, no entanto,
não fecharam questão sobre a paridade, mecanismo pelo qual os
aposentados recebem os mesmos
reajustes dos servidores da ativa.
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), coordenador da região Sudeste nas negociações com o Planalto, afirmou
que a "ampla maioria" dos Estados é favorável à aposentadoria
integral para os atuais servidores.
"Há um sentimento da maioria
dos governadores de que isso,
apesar das perdas dos Estados,
não seria intolerável", disse ele.
Aécio diz, porém, que não há consenso em relação à paridade e à
manutenção integral das pensões.
Só os representantes das regiões
Norte (Eduardo Braga, PPS-AM)
e Nordeste (Wilma de Faria, PSB-RN) disseram que há consenso
em suas áreas contra a paridade.
Nas outras três regiões, não
houve consenso nesse tema. O governador do Rio Grande do Sul,
Germano Rigotto (PMDB), representante do Sul, declarou que havia unanimidade apenas quanto a
aceitar a aposentadoria integral
para os servidores.
O relator da reforma da Previdência na Câmara, José Pimentel
(PT-CE), incluía na proposta, até
ontem à noite, tanto a aposentadoria integral quanto a paridade,
ambas somente para os atuais servidores.
Concessão
O apoio dos governadores à
aposentadoria integral foi justificado por alguns deles como uma
"concessão" para facilitar a aprovação da reforma.
"Continuo não concordando
com a integralidade. No entanto,
em qualquer negociação, as partes têm de ceder um pouco", disse
o governador da Bahia, Paulo
Souto (PFL). Em relação à paridade, disse que é totalmente contrário. "Com paridade e integralidade, a reforma não existe."
Representante do Nordeste,
Wilma de Faria (PSB-RN) disse
que conversou ontem com outros
chefes de Estado da região e que
está sendo configurado um consenso a favor da integralidade.
O governador do Ceará, Lúcio
Alcântara (PSDB), disse ser a favor da integralidade para os
atuais servidores, ressalvando que
"essa é a concessão limite". Para o
tucano, houve antecipação do governo nas negociações, e agora ele
tem que fazer concessões.
Essência da reforma
Da mesma forma que o governador baiano, Alcântara disse que
é contra a paridade. "Isso, sim, fere a essência da reforma."
Segundo Eduardo Braga (PPS-AM), a paridade impediria o fechamento das contas da Previdência. Ele disse que os governadores do Norte também querem
que o redutor para as pensões seja
mantido nos 30% da proposta
original, e não em 50%, como se
discute no Congresso. As demais
alterações serão aceitas. "Todas as
modificações, desde que o governo nos mostre os cálculos atuariais fechados, serão aprovadas
pelos governadores", disse Braga.
Em nota oficial, o governador
goiano, Marconi Perillo (PSDB),
representante do Centro-Oeste,
disse: "Todos concordam com a
posição favorável ao entendimento do governo federal de que a integralidade deva permanecer para os atuais servidores públicos
com as novas regras".
Sobre a questão da paridade,
disse que há "divergências", pois
"uns são contra, e outros, a favor".
"Eu comuniquei ao ministro José Dirceu [Casa Civil] que os governadores [do Centro-Oeste]
não se manifestariam neste momento em relação à paridade."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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