São Paulo, sexta, 17 de julho de 1998

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PAINEL

Estado de espírito
Tem sido difícil convencer ACM a ir a comícios. Apesar de se esforçar para mostrar disposição em solenidades em Brasília, é duro para o senador fazer campanha na Bahia sem o filho Luís Eduardo, que morreu em abril.

Primeiro os meus
O comitê de FHC não gostou da programação que o governador Antônio Britto (RS) preparou para primeira viagem do presidente na condição de candidato em campanha. A alegação é que Britto organizou a festa para ele, e não FHC, faturar.

Fugindo da raia
Mais candidato do que nunca, FHC foge das pressões dos aliados dizendo o que cada um quer ouvir. Ao PSDB, que não quer que o PMDB use suas imagens na campanha, promete neutralidade. Aos peemedebistas, diz que os tucanos só criam caso.

Reação partidária
A ida do publicitário Fernando Barros (Propeg) para área de marketing da campanha de FHC é vista por pefelistas como uma chance para o partido influir numa área que sempre esteve a cargo do PSDB, cliente da DM9. Barros tem ligações com ACM.

Briga boa
A eleição no Mato Grosso está esquentando. Tida como perdida por tucanos do comitê de FHC, a campanha do governador Dante de Oliveira (PSDB) reagiu. Está quase embolada com a de Júlio Campos (PFL).

Bolo fatiado
Em São Paulo, 19 dos 29 partidos que disputam a eleição terão menos de 27 segundos por dia para inserções. Alguns, só 13s. Até ontem à noite os partidos não sabiam se haveria a reunião no TRE sobre a divisão do tempo de TV, prevista para hoje.

Irritando Covas
Candidato ao governo de SP, Maluf programa visitar o comitê reeleitoral de FHC na próxima semana. Em grande estilo.

Composição branca
O PPB mineiro rachou: Odelmo Leão, Romel Anísio e Vagner Nascimento, deputados da região do Triângulo Mineiro, resolveram fechar com Itamar (PMDB), embora o partido esteja formalmente coligado com Eduardo Azeredo (PSDB).

Pelo menos uma
O governo descobriu que existe pleno emprego em Presidente Figueiredo (AM). Uma fábrica da Coca-Cola contratou quem não tinha trabalho. Há uma corrida de desempregados à cidade.

Lentidão da Justiça
Os outdoors da campanha eleitoral ainda não foram para a rua porque o TREs estão atrasados no sorteio dos locais para cada partido. O primeiro de FHC terá a foto do candidato e o slogan "Avança, Brasil". Deve ser colado na segunda.

Pequeno inconveniente
A TV Globo desistiu de fazer o debate do 1º turno entre os candidatos a governador em SP. A emissora não encontrou uma fórmula legal de limitar a participação dos nanicos. E não quis correr o risco de ter sua programação suspensa pelo TRE.

Saída salomônica
A disputa pelo cargo de coordenador-geral da campanha de Paulo Maluf (PPB) ao governo paulista pode ser resolvida com uma divisão geográfica. Calim Eid ficaria com a Grande São Paulo, e o grupo de Edevaldo Alves da Silva com o interior.

Visita à Folha
O governador em exercício do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin Filho, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do secretário de Governo, Antônio Angarita, e do assessor de imprensa Luiz Salgado Ribeiro.

O embaixador da China no Brasil, Li Guoxin, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado da embaixatriz, Ruan Cheng, do conselheiro da embaixada, Gao Kexiang, da consulesa-geral da China em São Paulo, Huro Shuzhen, e do intérprete da embaixada Chen Luning.

TIROTEIO

Do candidato ao Senado pelo PPB-PR, Toni Garcia, sobre o senador Osmar Dias (PSDB) ter dito que FHC deveria consultar os "processos a que ele responde no BC" antes de subir no palanque do pepebista:
- Osmar Dias, que me acusa levianamente a mando do irmão (o tucano Álvaro Dias, que também disputa o Senado), ainda precisa explicar por que comprou ovelhas superfaturadas do Uruguai quando foi secretário da Agricultura.

CONTRAPONTO

PSDB descobre que é PFL Tucanos começaram a semana ansiosos para assistir à palestra do economista-chefe do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, na terça, em seminário no Itamaraty. Stiglitz é um crítico do Consenso de Washington (conjunto de medidas neoliberais que enfatiza controle da inflação, abertura comercial, Estado mínimo e privatização).
No evento, ele defendeu a tese de que a macroeconomia interessa a todo mundo. E, como seu carro-chefe é a política monetária, o Banco Central deveria ser independente e ter participação dos trabalhadores. Também atacou o fato de o receituário neoliberal ser aceito como dogma.
Após a palestra, a tucanada que invadira o auditório começou a brincar. Ministros diziam que Stiglitz era mais de esquerda do que o PSDB. Milton Seligman (Incra) ironizou:
- Vou rapidinho para casa reescrever a minha palestra para a sexta (hoje). Já imaginou ficar à direita do Banco Mundial?!



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