São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999
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Covas diz que não influenciou reforma

da Reportagem Local

O governador de São Paulo, Mário Covas, não quis fazer comentários sobre a reforma ministerial realizada por FHC.
"O presidente faz o que quer fazer, como é lógico num regime presidencialista. Eu não tive influência em nenhum nome. Estou dizendo isso, mas vocês não vão acreditar", disse Covas.
O governador evitou falar sobre a parte que coube ao PSDB no novo ministério. "Não é pelo número de ministros que o PSDB fica ou não fortalecido. Isso depende de o presidente estar mais fortalecido ou menos. Se o presidente estiver mais fortalecido, o PSDB estará também", afirmou.
Para o líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), a reforma foi um choque de motivação" nos ministros e consolida a autoridade do presidente FHC.
"O presidente agiu, como num regime parlamentarista, ouvindo todos os partidos. Mas, como deve ser num regime presidencialista, escolheu quem queria", disse.
O líder do governo afirmou que as mudanças facilitarão os entendimentos na base parlamentar: "Todos ganharemos com um governo exitoso. Todos perderemos com um governo em queda".
Segundo o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), a preocupação de FHC não foi com o fortalecimento dos partidos, mas com a eficiência do governo.
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Michel Temer (PMDB-SP), não quis comentar as mudanças.
Segundo ele, o PMDB ainda vai avaliar como ficarão "as relações políticas com o governo".
Na verdade, o espaço institucional do PMDB ficou o mesmo. Quanto às relações políticas, devo dizer que vou aguardar a reunião do partido com seu presidente e com sua executiva", afirmou.
Temer não quis emitir opinião sobre se o governo ficaria ou não mais fortalecido. Apenas disse esperar que as coisas melhorem.
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva, disse esperar que, com a reforma, FHC possa começar, de fato, seu segundo mandato.
"Nós, como empresários, temos de torcer para que efetivamente o segundo mandato do presidente Fernando Henrique comece agora da forma positiva, como ele anunciou, com preocupações com o crescimento e com o emprego", afirmou.
"Precisamos lutar para que o crescimento aconteça nas taxas que são fundamentais: 4% ou 5% do PIB", disse Piva.

Oposição não vê mudança
Para o PT, a reforma foi uma mera "dança de cadeiras".
"Foi uma reforma para resolver a crise interna do PSDB. Não muda nada, porque o presidente não mexeu na equipe econômica. A política econômica permanecerá a mesma, ou seja, juros altos, cortes na área social. O governo está sem legitimidade e sem autoridade", disse o presidente nacional do PT, José Dirceu.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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