São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999
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MUDANÇA MINISTERIAL
Novo ministro da Agricultura defende "uma ação agressiva na área internacional"
Pratini diz querer marketing agressivo

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

O novo ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, defendeu ontem que o governo adote uma agressiva política de marketing nos países em que os produtos agrícolas brasileiros têm condições de disputar mercado.
Há 11 anos presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), Pratini de Moraes, 60, disse à Folha que o Brasil precisa quebrar as barreiras tarifárias e não-tarifárias impostas pelos estrangeiros.
"Uma ação agressiva na área internacional é fundamental. Precisamos de um trabalho muito forte nas áreas de logística e de marketing. O Brasil tem restrições enormes nos EUA, Europa e Japão. Quebrar algumas dessas barreiras é fundamental", afirmou ele.
Para o novo ministro, dependerá da área agrícola o sucesso ou o fracasso das negociações com os outros membros do Mercosul, a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e a União Européia.
"Estamos vivendo um momento em que os preços atingiram os mais baixos níveis dos últimos anos. Isso afeta muito o Brasil", afirmou.
Pratini de Moraes demonstrou satisfação com a transferência para a pasta da Agricultura das questões comerciais envolvendo o café, o álcool e o açúcar.
"Reunir todos os produtos em uma mesma esfera, com os respectivos instrumentos de exportação, dá mais organicidade ao trabalho do governo", disse ele.
Pratini de Moraes afirmou que, agora no governo, trabalhará para corrigir situações que, na condição de presidente da AEB, eram alvo de suas críticas.

De corpo e alma
Ele citou a instituição da reforma tributária, a modernização dos portos e a reformulação da logística (rede de infra-estrutura) do mercado interno como prioridades de sua administração no ministério.
"Vou me dedicar de corpo e alma a essas tarefas, que são tarefas do Brasil", afirmou.
Pratini preferiu não opinar sobre a polêmica dos produtos transgênicos (modificados geneticamente). Ele disse que não conhece bem o assunto.
"Vou conversar com especialistas para entender o problema. Existe o aspecto técnico e o ético. A origem disso é uma disputa entre os Estados Unidos e os europeus. Os americanos dominam a tecnologia. Os europeus, não", disse.
Para Pratini de Moraes, o Brasil "não deve ser apenas um efeito" dessa disputa. "Temos que entender o interesse nacional na questão", afirmou.


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