da Redação

O novo ministro da Justiça, advogado José Carlos Dias, 60, foi secretário da Justiça do Estado de São Paulo, de 16 de março de 1983 a 26 de junho de 1986, no governo de Franco Montoro, que morreu ontem em São Paulo.
A gestão de Dias na da secretaria estadual da Justiça foi considerada tumultuada.
Antes de assumir, encarregado pelo candidato Montoro de elaborar um plano para as áreas de Segurança Pública e Justiça, disse que, caso eleito, iria acabar com o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), responsável pela repressão política durante o regime militar.
Após o anúncio, o governo federal requisitou ao então governador do Estado de São Paulo, José Maria Marin (PDS), que os policiais e arquivos que faziam parte do órgão fossem transferidos para a Polícia Federal.
Dias também presidiu a Comissão de Justiça e Paz, de 1979 a 1981. A comissão, ligada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), foi criada em 1971, logo após o Ato Institucional n.º 5, e teve grande atuação na defesa dos direitos dos presos políticos do regime.
O advogado criminalista era muito ligado ao ex-cardeal-arcebispo de São Paulo dom Paulo Evaristo Arns, que o indicou para o cargo de secretário da Justiça de Montoro em 1983.
Dias ficou famoso pela defesa de vários perseguidos políticos durante o regime militar.

Rua Cuba
Outro caso que tornou o novo ministro da Justiça famoso foi a defesa de Jorge Delmanto Bouchabki, mais conhecido como Jorginho, julgado pela acusação de assassinar seus pais em 1988, no caso que ficou conhecido como o crime da rua Cuba.
O filho do casal morto acabou sendo inocentado por falta de provas contra ele.


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