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Ciência e
Tecnologia
criou farsa
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
A negociação para a escolha do
novo ministro da Ciência e Tecnologia acabou se revelando uma
farsa. O ministro Ronaldo Sardenberg foi uma escolha pessoal
do presidente Fernando Henrique Cardoso, depois de a bancada
do PMDB de Goiás na Câmara ter
passado 24 horas na ilusão de que
iria assumir a pasta.
O ministro Bresser Pereira saiu,
após seu cargo ter sido oferecido
para abrigar o ministro Celso Lafer, que deixava o Ministério do
Desenvolvimento, e posteriormente para composição política
com os peemedebistas.
Na madrugada de quinta-feira,
FHC recebeu parte da cúpula do
PMDB e ofereceu três opções ao
partido para compensar a extinção da Secretaria de Políticas Regionais, ocupada pelo goiano Ovídio de Ângelis (PMDB): a Ciência
e Tecnologia, a Cultura e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
Participaram do encontro o
presidente da Câmara, Michel Temer (SP), o líder do partido na
Câmara, Geddel Vieira Lima
(BA), e o assessor especial do Planalto Moreira Franco (PMDB-RJ).
Com a possibilidade de escolha,
a bancada goiana optou pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
Seria uma forma de dar visibilidade ao PMDB de Goiás, derrotado
nas últimas eleições e envolvido
em denúncias de desvio de recursos públicos -o que levou à prisão de Otoniel Machado, irmão
do senador Iris Rezende e seu suplente no Senado.
O deputado Luiz Bittencourt foi
o nome mais cotado, porque já
havia exercido o cargo de secretário de Ciência e Tecnologia do Estado no governo anterior, de Maguito Vilela, hoje senador.
À cúpula do partido interessava,
no entanto, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, órgão com
mais dinheiro em caixa.
Ontem, com a pressão dos deputados goianos e a divulgação de
prováveis ministros, a cúpula do
partido teve de iniciar uma operação para tentar convencer os próprios partidários de que a opção
era a secretaria.
Na tentativa de convencer os
goianos da impossibilidade de assumir o ministério, o argumento
final usado foi a suposta rejeição
que a comunidade científica teria
a qualquer nome fora do meio
acadêmico que ocupasse a pasta.
Depois do anúncio do ministério, peemedebistas goianos consideravam que o Estado havia perdido espaço. O senador Iris Rezende, no entanto, manteve o seu
afilhado político no governo. Ovídio de Ângelis mudou de secretaria, mesmo depois de ter sido
considerado fora do governo pelo
próprio partido e pelo presidente.
Sardenberg deve agora levar para o ministério quase todos projetos que tocava à frente do extinto
Ministério de Projetos Especiais.
Uma exceção será o projeto Calha
Norte.
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