|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Militares não comprovam danos, diz governo
DO ENVIADO A BRASÍLIA E GOIÂNIA
A Advocacia Geral da União
não reconhece o direito dos ex-militares de pedir indenização,
sustenta que eles não conseguem comprovar invalidez, danos físicos e psicológicos e que
os episódios ocorridos no Araguaia prescreveram cinco anos
após os enfrentamentos. A
AGU diz não haver provas de
que eles ficaram sem trabalhar
e que "não há notícia de que (...)
tenham sido feridos".
"Muitos deles ficaram poucos meses e pedem reforma
com remuneração, direito conferido aos militares com ao menos 30 anos de serviço", disse a
AGU. A Defesa não comentou.
O governo ignorou o pedido
de informações remetido em
abril a três ministérios pela
Procuradoria Geral da Justiça
Militar sobre o sumiço de documentos sobre a guerrilha. Sem
respostas, após quatro meses, o
Ministério Público Militar
reenviou os ofícios aos ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e Defesa, Nelson Jobim. A
procuradora-geral Cláudia
Márcia Luz insiste em requerer
informes sobre os documentos.
O Ministério Público entrou
no caso acionado pelo Superior
Tribunal Militar, que em março
recebeu do presidente da OAB,
Cezar Britto, pedido para apurar o crime descrito no artigo
321 do Código Penal Militar. O
artigo fixa pena de dois a seis
anos de prisão a quem "extraviar livro oficial, ou qualquer
documento". Em 13 de março, o
STM determinou que o Ministério Público tomasse as "providências que entender cabíveis". A então procuradora-geral, Maria Esther Tavares, pediu dados a Defesa, Casa Civil e
Justiça em 11 de abril.
À Defesa perguntava se há investigação sobre o "desaparecimento de documentos secretos". A Dilma, que em entrevistas falou que não há mais documentos e arquivos da guerrilha,
a procuradora indaga sobre
"eventuais providências" requeridas por ela sobre o desaparecimento. A Tarso ela também pergunta sobre o sumiço.
Ele disse em maio que "não há
providências adotadas no âmbito deste ministério". Jobim
disse que consultaria as Forças
Armadas e depois faria contato,
o que não ocorreu. Dilma não
respondeu a procuradora.
A Defesa informou que não
respondeu porque ainda não
obteve as informações requisitadas às Forças Armadas. A Casa Civil informou que, em 8 de
maio, enviou à Procuradoria
Geral da República alguns esclarecimentos sobre o que havia sido requisitado.
(ST)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Ex-militares depuseram em sigilo à OAB Índice
|