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Entenda o caso
dos frangos
da Reportagem Local
A conexão uruguaia do Frangogate surgiu na esteira das investigações sobre as empresas envolvidas na venda de coxas e sobrecoxas
de frango para a Prefeitura de São
Paulo.
A venda foi feita pela empresa A
D'Oro entre agosto de 1996 e fevereiro de 1997. Totalizou 823 toneladas de frango, a R$ 1,4 milhão.
O Ministério Público paulista levantou três principais dúvidas sobre o negócio:
1. a A D'Oro assumiu o negócio
depois que a Sadia abandonou o
fornecimento após três meses.
Motivo: pediu um aumento no
preço praticado. Para o promotor
Alexandre de Moraes, deveria ter
havido nova concorrência;
2. a empresa comprou, na mesma época da concorrência, frango
vivo para abate da empresa Obelisco -de Sylvia e Ligia Maluf, mulher e filha de Paulo Maluf. Ou seja,
o frango da empresa da primeira-dama chegava à prefeitura;
3. há dúvidas sobre eventual superfaturamento no fornecimento.
As empresas negam tanto o favorecimento pessoal quanto ilegalidades licitatórias.
Na sequência da investigação,
que começou em abril, chegou-se
à composição da A D'Oro e sua relação com o Uruguai via Rineos.
A Rineos é a maior acionista da A
D'Doro e, nos últimos sete anos,
investiu cerca de US$ 7 milhões na
empresa dirigida pelos Lutfalla.
O Uruguai é notório paraíso fiscal de empresas brasileiras, mas
até agora o Ministério Público não
fez nenhuma insinuação a respeito
de lavagem de dinheiro.
Há um movimento na Câmara
Municipal de São Paulo, liderado
pelo PT, pela criação de uma CPI
sobre o caso. O requerimento pode
ser até aprovado, mas a formação
efetiva não deverá acontecer porque o prefeito Celso Pitta (PPB),
afilhado político de Paulo Maluf,
detém maioria na Casa.
Há também um inquérito criminal instaurado a pedido do Ministério Público. A diferença desse inquérito em relação ao presidido
por Alexandre de Moraes é que ele
visa checar a ocorrência de crime
na venda de frango.
(IG)
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