São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 2002

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NO AR

Se tiver segundo turno...

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

A televisão ainda evita, mas a internet trata desbragadamente, dia após dia, dos "boatos" de novas pesquisas que fazem subir o dólar, desabar a Bolsa etc.
Ontem, segundo se viu na web, foram dois. No que fez o dólar saltar, Lula teria passado (bem) dos 40% e José Serra teria caído dos 20%.
Daí Lula surgir afirmando, nos telejornais:
- Se tiver segundo turno...
Até o petista mais controlado por Duda Mendonça começa a "sentir cheiro" de vitória, como Ciro Gomes.
A diferença é que Ciro logo caiu rapidamente -e Lula não cai. Muito pelo contrário, uma denúncia requentada já foi o bastante para tirar seu opositor tucano do sério.
A exemplo de Ciro, José Serra é que surge vulnerável demais. Basta um procurador como Luiz Francisco retomar uma suspeita -e toda a carga de insegurança vem à tela.
Serra, trêmulo nos mesmos telejornais, saiu acusando Luiz Francisco de petista, o que serviu apenas para Lula rebater, inatingível, que o tucano "não tem argumento".
Diz-se que Ciro caiu porque apanhou demais no horário eleitoral. Pode ser, mas está por ser contabilizado o efeito do desequilíbrio do próprio, em sua derrocada.
Serra, pelo que se viu ontem, vai no mesmo caminho de seu ex-colega tucano.
 
Luiz Francisco, o procurador das câmeras, declarou ontem, impulsivo:
- Quanto à credibilidade, se sou parcial ou não, era bom perguntar se cada afirmativa que a gente fez lá atrás foi correta ou não.
Falava de outros casos seus, supostamente fundamentados. Boris Casoy, com um sorriso de ironia, lembrou as provas contra Eduardo Jorge, prometidas pelo procurador, e deixou no ar a pergunta:
- Onde é que estão, senhor Luiz Francisco?
 
Ao que parece, será difícil transferir o problema Fernandinho Beira-Mar nesta reta final de campanha. O Jornal Nacional, de início relutante, já não deixa brecha.
Ontem, ouviu o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, que foi taxativo:
- Ele está condenado aqui, e eu não vejo como legalmente se afastar da jurisdição do Estado do Rio de Janeiro.
De pouco adianta, como se vê, o secretário de Segurança da governadora e candidata petista Benedita da Silva se debater, no JN anterior:
- O presidente da República vai dar ou uma demonstração de indiferença com relação ao Rio ou de apreço. O problema é dele, não é nosso.


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