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Procurador se coloca como "missionário"
DA REPORTAGEM LOCAL
O aspecto mais controvertido do procurador da República
Luiz Francisco de Souza, 40,
não é o fato de ter sido filiado
ao PT, um direito que ele tinha,
como qualquer cidadão.
Seu maior desgaste, mesmo
entre colegas do Ministério Público, vem da imagem que esse
ex-noviço da ordem de Santo
Inácio projeta do ofício, como
uma espécie de "missionário",
implacável perseguidor de corruptos.
A democracia deve à coragem desse procurador o fato,
por exemplo, de criminosos
como Hildebrando Pascoal terem sido condenados.
Num conceito muito pessoal
de Justiça, ele diz, por exemplo, que Everardo Maciel, secretário da Receita Federal, é
"meu réu" (dele, Luiz Francisco). Ou, de forma subjetiva, cita
em peça acusatória, como reforço de tese, "as intervenções
de senadores brilhantes e éticos, como Roberto Requião"
(PMDB-PR).
Essa obstinação o levaria a
cometer impropriedades, como o alegado "erro material",
ao colocar o CPF de um ex-adversário no pedido de quebra
de sigilo fiscal e bancário do ex-secretário-geral da Presidência,
Eduardo Jorge.
(FREDERICO VASCONCELOS)
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