São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2004

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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA

Petista afirma que precisa de "todo mundo no palanque", de Quércia a Ciro Moura

Marta recua e agora admite apoio de Maluf no 2º turno

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia depois de dizer que não admitirá Paulo Maluf (PP) em seu palanque num eventual segundo turno, a prefeita Marta Suplicy (PT) recuou e afirmou que precisa do apoio do ex-prefeito.
Segundo a Folha apurou, a primeira declaração de Marta, dada na sabatina promovida pelo jornal anteontem, não estava no script do comando de campanha e provocou mal-estar no PP. Na sabatina da Folha, disse: "Maluf no meu palanque, não".
Ontem, sob pressão, a declaração teve de ser "calibrada". Segundo a tese dos petistas, ela nunca negara o eventual apoio do ex-prefeito, apenas a presença de Maluf no palanque. O recuo ocorreu em ciclo de entrevistas promovido pelo Grupo Estado.
Marta disse que precisa do apoio de Maluf ao comentar que quer Luiza Erundina (PSB) em seu palanque no segundo turno. O único candidato criticado diretamente -e por várias vezes- foi José Serra (PSDB).
"Vou precisar do apoio de todas essas pessoas, de todos esses eleitores, assim como quero também o apoio de Paulo Maluf e de todos os seus eleitores, porque vou precisar dos eleitores de Maluf, de [Orestes] Quércia, de [Michel] Temer, de Erundina, da Havanir, do Ciro Moura -que bate o tempo inteiro-, de todos eles, gente", afirmou Marta ontem.
Pressionada várias vezes a explicitar qual sua posição definitiva, Marta esquivou-se. "Quero todo mundo em meu palanque." Questionada se até acusados de corrupção, limitou-se a repetir a frase. "Eu acho que no segundo turno você tem de ter o apoio de todos os eleitores, porque essas pessoas [os candidatos] representam o eleitor", completou.
Quando um dos entrevistadores perguntou se Marta não ficava desconfortável com o apoio de alguém que a chamara de "devassa" na eleição de 2000, respondeu apenas: "Você insiste, hein".
Em evento no início da tarde, de comemoração dos 18 anos da Guarda Civil Municipal, a prefeita se recusou a comentar as negociações com o PP e Maluf.
No final da tarde, sua campanha soltou uma nota, assinada pela própria Marta, sobre a política de alianças. Mas não esclareceu nada. Apenas "reiterou" que seu governo, "assim como o do presidente Lula, é integrado por representantes de vários partidos".
A petista comentou também a abundância de dinheiro na sua campanha. "Fico supercontente que a minha campanha esteja com recursos, porque Deus me livre do pão e água que o PT sempre passou", falou Marta.
Na administração, admitiu que não fez tudo que planejou também em áreas como a educação, uma vez que o projeto original eram 45 CEUs (Centros Educacionais Unificados) já no primeiro mandato. Fez 21 e promete mais 24. Ao falar da tarifa de ônibus, tergiversou sobre futuros aumentos. "Vou fazer o maior esforço possível para manter o maior tempo possível [em R$ 1,70]."


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