São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2004

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EM REVISTA

Marta Suplicy diz que se desfaz de patrimônio para complementar o salário de R$ 9.540

"Não dá para viver do salário público"

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) disse ontem que não consegue manter seu padrão de vida apenas com o salário que ganha como prefeita, de R$ 9.540.
"Tenho de pegar do meu patrimônio sem parar. Não dá para viver do salário público." Dois dados comparativos:
1. o vencimento mensal bruto da prefeita equivale a 36,7 salários mínimos. Apenas 1,2% da população brasileira que trabalha ganha mais de 20 mínimos.
2. o salário médio em São Paulo, segundo dados do Dieese, é de R$ 999.
A declaração da prefeita foi dada quando ela comentava os benefícios que a implementação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) progressivo trouxe à cidade de São Paulo.
Ao dizer que os mais ricos têm mesmo de pagar mais, Marta falou que o IPTU da casa onde morava com o senador Eduardo Suplicy (PT), na rua Grécia, tem valor mensal de R$ 2.600. Contou, então, que "racha" o custo com o ex-marido -R$ 1.300 para cada um dos dois.

"Dá para viver bem?"
Foi então que um repórter perguntou à prefeita quanto ela ganha por mês. "Eu ganho R$ 9.000", disse. "E, gastando R$ 1.300 por mês de IPTU, com o que sobra dá para viver bem?" Então ela respondeu: "Mais ou menos. Tenho de pegar do meu patrimônio sem parar. Não dá para viver do salário público".
Segundo a prefeita, é a mesma realidade que tinha quando morava com Eduardo Suplicy, quando, de tempos em tempos, precisavam vender alguma coisa, de acordo com ela.
Ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, Marta declarou na eleição deste ano ter um patrimônio de cerca de R$ 5,15 milhões. Perde apenas para Paulo Maluf (PP), que declarou ter quase R$ 39 milhões, boa parte num banco francês. (PDL)


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