São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2004

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TODA MÍDIA

Em campanha

NELSON DE SÁ

Sites japoneses traziam ontem as lágrimas do primeiro-ministro no Brasil. Mas ele já encenava mais, ao lado do atleta Vanderlei Cordeiro.
Segundo a Globo, "o premiê japonês fez questão de conhecer um herói brasileiro".
Junichiro Koizumi está em campanha, como Lula, pela cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Dele, para o site da agência Kyodo, ao embarcar para o Brasil:
- É preciso considerar o que o Japão pode fazer pela paz e estabilidade no mundo. É melhor ser membro permanente, para refletir na comunidade mundial as idéias do Japão.
Veio fechar apoio. E Lula, nos canais de notícia:
- O Brasil e o Japão se apóiam mutuamente.
Não só Brasil e Japão. Segundo o "Die Zeit", em reportagem de anteontem, "fontes do governo" da Alemanha disseram que quatro países apresentam apoio mútuo, terça que vem.
O quarto país é a Índia, cujo "Economic Times" trazia ontem o enunciado "Índia, Alemanha, Brasil e Japão vão anunciar em Nova York que apóiam as candidaturas uns dos outros ao assento permanente".
Daí as viagens teatrais de Lula e Koizumi -e a boa vontade com os reclamos financeiros de nações ao redor do globo.
 
Fora Brasil e Japão, nenhum país segue a viagem do premiê como a China. A agência Xinhua distribui despachos seguidos, o "Diário do Povo" publica reportagens diárias.
O mesmo "Diário do Povo" trouxe, no início da visita, um artigo de Zhou Yongsheng, do Colégio de Relações Exteriores da China, sob o título "Perspectivas ruins para candidatura do Japão". Um trecho:
- O sonho do Japão vai virar realidade? No curto prazo, é quase sem esperança. Primeiro, o Japão tem seguido os EUA na política externa, o que não o credencia a ser potência política. Não tem como ganhar a confiança da maioria dos países se não mudar tal política.
Elenca outros pontos, numa resistência que faz lembrar a da Argentina, e encerra:
- Em suma, não importa se para Japão, Índia, Alemanha ou Brasil, isso não vai longe sem uma dose de paciência.
 
Além da China, também nos EUA a estatal Voz da América segue passo a passo a turnê do primeiro-ministro japonês.

Globo/Reprodução
EM TURNÊ O premiê japonês, segundo a Globo, "impressionou-se com a recuperação de Vanderlei Cordeiro na maratona -e com sua humildade de perdoar o irlandês que o agrediu"

"Ex-policiais"
Jornal Nacional, Jornal da Record e Jornal da Band deram a boa notícia, afinal, em primeira manchete. Da Record:
- Decretada a prisão temporária para três suspeitos de assassinar moradores de rua. Dois são policiais militares.
Não são, não, diz o secretário de Segurança, no JN:
- São ex-policiais, policiais afastados, pessoal que cuida da segurança...

No palanque
No registro da Jovem Pan, "Marta Suplicy contraria as próprias palavras e defende presença de Maluf em seu palanque". Não só dele, mas, no dizer da prefeita no SPTV, também "da Havanir, do Ciro Moura que bate o tempo todo" etc.
Mas o assunto é Paulo Maluf -e ele segue em sua aproximação com a petista. "Posou ao lado de um sósia do cantor Supla", como mostrou a Globo, e saiu declarando que, "se eleito", vai manter as obras e o bilhete único e tudo mais da colega.

"Uma mão"
Marta cobrou outra vez, ontem, e ao que parece Lula vai ceder a ela e seu marqueteiro. Segundo a coluna de Claudio Humberto, ele vai "dar uma mão" à prefeita, "visitando suas obras". Mas nada de depoimento na TV, por enquanto.

Salários, não
A recuperação no emprego foi manchete por todo lado, mas o UOL tratou de dar o quadro completo do IBGE:
- Emprego industrial sobe. Salários, não.

Fiesp x Ciesp
Segundo a Jovem Pan, o presidente eleito da Fiesp, Paulo Skaf, criticou o aumento dos juros. Segundo a CBN, o do Ciesp, Claúdio Vaz, fez o mesmo em sua visita a Brasília.
Em concorrência aberta pelos microfones, os dois só fazem concordar, por enquanto.

Pito global 1
Para Alexandre Garcia, "se José Dirceu levou um pito de Lula, o presidente fez muito bem". Era referência à crítica prévia ao aumento dos juros.
A exemplo de Garcia, também a revista "Economist" saiu ontem em defesa da decisão:
- Críticos acusam o Banco Central de ameaçar a recuperação. Mais provavelmente, pode tê-la prolongado.

Pito global 2
Franklin Martins, no JN, aos parlamentares faltosos:
- Se acham que não dá para bater o ponto, que mudem as regras, mas às claras. E para compensar podem acabar com as férias de janeiro e julho!


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