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MÁQUINA PÚBLICA
Ministério de José Dirceu possui hoje uma subchefia a menos, mas, apesar disso, ganhou 120 assessores
Casa Civil amplia número de cargos em 28%
JULIA DUAILIBI
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um ano e meio do governo
Luiz Inácio Lula da Silva, a Casa
Civil, do ministro José Dirceu,
perdeu uma subchefia, mas o número de cargos de confiança cresceu 28%. Na Presidência da República, a quantidade de assessores
diretos de Lula também cresceu
-de 16 para 55, entre fevereiro de
2003 e junho deste ano.
A pasta de Dirceu tinha em dezembro de 2002, no final do governo Fernando Henrique Cardoso, 419 assessores em cargos de
confiança do tipo DAS (Direção e
Assessoramento Superiores).
O decreto 5.135, publicado em 7
de julho de 2004, e a portaria de 14
de setembro deste ano mostram
que esse número chegou a 539 no
atual governo, embora, no período, a Casa Civil tenha perdido
duas subchefias e ganho uma.
Perdeu Assuntos Parlamentares
e Assuntos Federativos, que, desde janeiro, passaram à Secretaria
Especial de Coordenação Política
e Assuntos Institucionais, do ministro Aldo Rebelo. Ganhou a de
Articulação e Monitoramento.
Recebem DAS assessores-chefes, assessores especiais, assessores e assessores técnicos, numa
escala que varia de um a seis. Correspondem, na prática, a salários
que variam de R$ 1.232 a R$ 7.575,
segundo o Ministério do Planejamento. No topo da hierarquia estão os melhores salários, praticamente equiparados aos dos ministros e ao do presidente da República (cerca de R$ 8.000).
Destes atuais cargos para assessoria da Casa Civil, 92 ainda estão
vagos. Numa conta aproximada,
com base na distribuição dos DAS
entre os assessores, o gasto mensal com salários da Casa Civil pode ser estimado em R$ 1,1 milhão,
ou R$ 1,4 milhão, quando todos
os cargos estiverem ocupados.
Para o último mês de FHC, a estimativa aponta um gasto de R$ 1,1
milhão, em valores atualizados.
O cálculo não leva em consideração o auxílio-moradia de R$
1.800, pago a todos os assessores
não oriundos de Brasília que são
DAS 4, 5 e 6. Por falta de dados,
também não levou em consideração o fato de que alguns assessores, cedidos por outros órgãos, recebem entre 30% e 70% do DAS.
O número de cargos para assessores que são diretamente ligados
ao presidente também aumentou
em menos de um ano e meio. O
decreto 4.597, de fevereiro de
2003, mostra que a estrutura de
assessores ligados ao presidente
tinha, na época, 16 funcionários,
entre especiais, assistentes e técnicos. O número saltou para 55, segundo outro decreto, o de número 5.097, de junho deste ano.
Só o número de assessores especiais ligados a Lula quadruplicou
desde o início de 2003. Eram cinco assessores especiais, com salários de R$ 7.575, em fevereiro de
2003. Agora há cargos para 20 assessores especiais, recebendo entre R$ 6.363 e R$ 7.575. O custo
mensal dos salários dos assessores de Lula, estimado em R$ 70,1
mil, em 2003, passou para R$
238,3 mil mensais, neste ano.
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