São Paulo, domingo, 17 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / SANGUESSUGAS

PT não aprende com a crise, diz Alckmin

Tucano lembra denúncia de verbas desviadas da Secom e cobra a apuração da fonte do R$ 1,7 mi apreendido pela PF

Ex-governador se esquiva de questões sobre imagens que o exibiriam recebendo ambulâncias e não desafia os Vedoin a mostrá-las

FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CATARINA

Em campanha ontem em Blumenau (SC), o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) culpou o PT pelo suposto plano de envolver seu nome e o de José Serra na máfia dos sanguessugas. Alckmin, porém, driblou perguntas sobre supostas imagens que o mostrariam recebendo ambulâncias da Planam e se negou a desafiar os Vedoin a mostrá-las.
"O PT não aprende com a crise. Quando você vai ao submundo do crime, infelizmente tem encontrado alguém do PT. A pergunta que se faz é: para quem isso serve, quem é o destinatário dessas ações criminosas?". Ele afirmou que ninguém entregaria documentos "de livre e espontânea vontade" e pediu investigações para descobrir "quem é que está por trás disso". "Quem é que arrumou R$ 1,7 milhão? Isso não cai do céu, é uma fábula de dinheiro." Na sexta, a PF apreendeu em São Paulo cerca de R$ 1,7 milhão com Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Padilha é filiado ao PT e Passos disse ter agido a serviço do partido.
Alckmin disse que a ação foi planejada para prejudicar sua candidatura: "Evidente que pra ajudar não é. É crime, e crime reiterado", declarou, acusando o PT por outros episódios recentes. "É um por semana. Semana passada, R$ 11 milhões sumiram da Secom."
Questionado sobre o conteúdo das fitas e fotos apreendidas pela PF, Alckmin disse não saber "que imagens são essas" e que todas as compras de ambulância do governo paulista são feitas por pregão eletrônico. "Não tenho que falar nada, apenas dizer que tem que colocar esses corruptores na cadeia". O tucano se negou a desafiar Padilha e Passos a exibir as imagens que o ligariam aos sanguessugas: "Não desafio porque não negocio com criminoso".
Ainda ontem, o candidato participou de caminhada em Brusque (SC). Alckmin esteve acompanhado do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), candidato à reeleição, e do presidente do PFL, Jorge Bornhausen.
A chuva e o frio que atingiram a Serra Catarinense atrapalharam a agenda de Alckmin à tarde. Um comício planejado para céu aberto em Lages (SC) foi levado a uma sala de cinema.
Na platéia, 1.500 pessoas ouviram seu discurso. Alckmin disse que só tinha "duas palavras" para falar, a primeira o compromisso ético com o povo, "para varrer de Brasília essa praga da corrupção", e a segunda era o "desenvolvimento de Santa Catarina". De lá, seguiu para Joinville (SC), onde fez comício ao lado do governador.


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