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ELEIÇÕES 2006 / SANGUESSUGAS
PT não aprende com a crise, diz Alckmin
Tucano lembra denúncia de verbas desviadas da Secom e cobra a apuração da fonte do R$ 1,7 mi apreendido pela PF
Ex-governador se esquiva
de questões sobre imagens
que o exibiriam recebendo
ambulâncias e não desafia os Vedoin a mostrá-las
FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CATARINA
Em campanha ontem em
Blumenau (SC), o candidato à
Presidência Geraldo Alckmin
(PSDB) culpou o PT pelo suposto plano de envolver seu nome e o de José Serra na máfia
dos sanguessugas. Alckmin, porém, driblou perguntas sobre
supostas imagens que o mostrariam recebendo ambulâncias da Planam e se negou a desafiar os Vedoin a mostrá-las.
"O PT não aprende com a crise. Quando você vai ao submundo do crime, infelizmente
tem encontrado alguém do PT.
A pergunta que se faz é: para
quem isso serve, quem é o destinatário dessas ações criminosas?". Ele afirmou que ninguém
entregaria documentos "de livre e espontânea vontade" e pediu investigações para descobrir "quem é que está por trás
disso". "Quem é que arrumou
R$ 1,7 milhão? Isso não cai do
céu, é uma fábula de dinheiro."
Na sexta, a PF apreendeu em
São Paulo cerca de R$ 1,7 milhão com Valdebran Padilha e
Gedimar Passos. Padilha é filiado ao PT e Passos disse ter agido a serviço do partido.
Alckmin disse que a ação foi
planejada para prejudicar sua
candidatura: "Evidente que pra
ajudar não é. É crime, e crime
reiterado", declarou, acusando
o PT por outros episódios recentes. "É um por semana. Semana passada, R$ 11 milhões
sumiram da Secom."
Questionado sobre o conteúdo das fitas e fotos apreendidas
pela PF, Alckmin disse não saber "que imagens são essas" e
que todas as compras de ambulância do governo paulista são
feitas por pregão eletrônico.
"Não tenho que falar nada, apenas dizer que tem que colocar
esses corruptores na cadeia". O
tucano se negou a desafiar Padilha e Passos a exibir as imagens que o ligariam aos sanguessugas: "Não desafio porque
não negocio com criminoso".
Ainda ontem, o candidato
participou de caminhada em
Brusque (SC). Alckmin esteve
acompanhado do governador
de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), candidato à reeleição, e do presidente do PFL, Jorge Bornhausen.
A chuva e o frio que atingiram a Serra Catarinense atrapalharam a agenda de Alckmin
à tarde. Um comício planejado
para céu aberto em Lages (SC)
foi levado a uma sala de cinema.
Na platéia, 1.500 pessoas ouviram seu discurso. Alckmin
disse que só tinha "duas palavras" para falar, a primeira o
compromisso ético com o povo,
"para varrer de Brasília essa
praga da corrupção", e a segunda era o "desenvolvimento de
Santa Catarina". De lá, seguiu
para Joinville (SC), onde fez comício ao lado do governador.
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