|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
saiba mais
Mulher ganhou direito de voto na era Vargas
DA REDAÇÃO
As mulheres só conquistaram o direito de voto no Brasil em 1932, no governo de
Getúlio Vargas, quando o novo "Código Eleitoral" estabeleceu, no artigo 2º, que "é
eleitor o cidadão maior de 21
anos, sem distinção de sexo".
A medida já era objeto de
intenso debate desde a Constituinte de 1891, na qual o voto feminino tinha sido rejeitado, entre outras razões, pelo fato de que outros países
não o tinham adotado -ao
que Cesar Zama respondeu:
"Bastará que qualquer país
importante da Europa confira-lhes direitos políticos e
nós o imitaremos. Temos o
nosso fraco pela imitação".
Em 1893 a Nova Zelândia
aprovou o voto feminino. No
ano seguinte a cidade de Santos (SP) concedeu o voto às
mulheres, mas a lei foi revogada pelo Legislativo paulista. Projetos levados à Câmara dos Deputados em 1917 e
1921 não foram aprovados.
Em 1926, o Rio Grande do
Norte estendeu o direito às
mulheres. A primeira brasileira a se alistar como eleitora foi Celina Guimarães Viana, professora em Mossoró,
em 1927. Ao todo, 20 mulheres se inscreveram no Estado
até 1928, e 15 votaram na
eleição de 15 de abril de 1928.
A Comissão de Poderes do
Senado, porém, julgou esses
votos "inapuráveis". Mas a
pressão continuou: em 1929,
Alzira Soriano Souza foi eleita prefeita de Lages (RN).
Deputadas
O "Código Eleitoral" de
1932 pôs fim à discussão. Em
1933 duas mulheres foram
eleitas deputadas constituintes: a médica Carlota Pereira
de Queiroz, que teve 100 mil
votos em São Paulo, e Almerinda Gama, eleita representante classista do Sindicato
dos Datilógrafos e Taquígrafos do Distrito Federal.
Na Constituinte de 1946,
nenhuma mulher foi eleita.
Em 1950, Ivete Vargas (PTB)
conquistou uma cadeira por
São Paulo -o que representava apenas 0,31% dos 326
deputados federais. A proporção de mulheres eleitas
para a Câmara cresceu muito
lentamente: em 1966 ela ultrapassou pela primeira vez a
marca de 1% (seis eleitas, ou
1,49%), mas voltou a declinar
nos anos seguintes. Voltou a
crescer a partir de 1982
(1,67%), atingindo 5,33% em
1986 e 8,97% em 2006.
No Senado, a presença feminina começa em 1979,
com Eunice Michilles (AM),
suplente de João Bosco. Em
1990 foram eleitas Junia Marise (MG) e Marluce Pinto
(RR). Roseana Sarney (MA)
foi a primeira mulher eleita
para um governo estadual,
em 1994. Foi seguida por Rosinha Matheus (RJ) e Vilma
Maia (RN), ambas em 2002.
Texto Anterior: Eleições 2008 / Gênero: Mulheres lideram disputa em 4 capitais Próximo Texto: Eleições 2008 / São Paulo: Candidatos têm planos de governo parecidos Índice
|