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PÉ NO CHÃO
Senador feriu dedões em evento em Belém
De sandália, Suplicy faz crítica a projeto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
De terno social e sandálias de
couro, com os dois pés machucados -"pisaram muito nos
meus dedões durante o Círio de
Nazaré no fim de semana, em
Belém"-, o senador e economista Eduardo Suplicy (PT-SP)
foi a voz discordante ontem no
lançamento do "Fome Zero".
Para Suplicy, que deve disputar a prévia presidencial do PT
contra Luiz Inácio Lula da Silva,
é um erro usar cupons de alimentação. "É muito comum ver
as pessoas hoje trocando seus
vales-refeição ou vales-transporte por dinheiro nas grandes
cidades. Elas fazem isso porque
preferem decidir sozinhas o que
vão consumir."
O deputado e também economista Aloizio Mercadante (PT-SP) discorda de Suplicy.
"O programa de cupons de alimentação dá certo nos EUA, onde existe há 72 anos. Além disso,
hoje em dia está muito fácil informatizar. Em vez de cupons,
podem ser dados cartões magnéticos. Os beneficiados trocariam o crédito em estabelecimentos que só aceitariam o pagamento para alimentos."
Suplicy chegou ao lançamento
do "Fome Zero" com um livro
de capa dura e 1.180 páginas:
"Economics", do economista
Joseph Stiglitz, ganhador do Nobel na semana passada.
"O Stiglitz tem a mesma opinião sobre a ineficácia do sistema de cupons", dizia Suplicy.
À página 630, Stiglitz escreve o
seguinte: "Cupons de alimentação podem não levar a um aumento substancial do consumo
de comida. Os cupons podem
resultar simplesmente em pessoas comprando a mesma
quantidade de comida."
(FR)
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