São Paulo, quarta-feira, 17 de outubro de 2001

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PÉ NO CHÃO

Senador feriu dedões em evento em Belém

De sandália, Suplicy faz crítica a projeto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

De terno social e sandálias de couro, com os dois pés machucados -"pisaram muito nos meus dedões durante o Círio de Nazaré no fim de semana, em Belém"-, o senador e economista Eduardo Suplicy (PT-SP) foi a voz discordante ontem no lançamento do "Fome Zero".
Para Suplicy, que deve disputar a prévia presidencial do PT contra Luiz Inácio Lula da Silva, é um erro usar cupons de alimentação. "É muito comum ver as pessoas hoje trocando seus vales-refeição ou vales-transporte por dinheiro nas grandes cidades. Elas fazem isso porque preferem decidir sozinhas o que vão consumir."
O deputado e também economista Aloizio Mercadante (PT-SP) discorda de Suplicy.
"O programa de cupons de alimentação dá certo nos EUA, onde existe há 72 anos. Além disso, hoje em dia está muito fácil informatizar. Em vez de cupons, podem ser dados cartões magnéticos. Os beneficiados trocariam o crédito em estabelecimentos que só aceitariam o pagamento para alimentos."
Suplicy chegou ao lançamento do "Fome Zero" com um livro de capa dura e 1.180 páginas: "Economics", do economista Joseph Stiglitz, ganhador do Nobel na semana passada.
"O Stiglitz tem a mesma opinião sobre a ineficácia do sistema de cupons", dizia Suplicy.
À página 630, Stiglitz escreve o seguinte: "Cupons de alimentação podem não levar a um aumento substancial do consumo de comida. Os cupons podem resultar simplesmente em pessoas comprando a mesma quantidade de comida." (FR)



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