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ORÇAMENTO
Declaração de Marta irrita senadores, que podem dificultar aprovação
Bancada do Nordeste reage e ameaça empréstimo a SP
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As declarações da prefeita Marta Suplicy (PT) atribuindo a uma
""manifestação do Nordeste contra o Estado e a cidade de São Paulo" o adiamento da votação de
uma operação de crédito entre a
prefeitura e o BNDES, por uma
comissão do Senado, provocou
reações indignadas de senadores
de várias regiões. PFL e PSDB estão dispostos a dificultar ainda
mais a aprovação do empréstimo.
""Com essas declarações, a prefeita complicou a vida dela. Ela
mexeu com o brio de várias pessoas e ofendeu senadores do Nordeste. A posição do meu partido é
não facilitar as coisas", disse o líder tucano Arthur Virgílio (AM).
""Definitivamente, essa prefeita
é uma preconceituosa", afirmou o
líder do PFL, José Agripino (RN).
Por sugestão do presidente do
PFL, Jorge Bornhausen (SC), a
Comissão Executiva Nacional do
partido aprovou moção de solidariedade aos senadores nordestinos contra o que ele considerou
""acusações injustas e despropositadas" da prefeita de São Paulo.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) classificou o
empréstimo do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) para a prefeitura como "um absurdo" por extrapolar os limites de endividamento do município, fixados por
resolução do próprio Senado.
""Não se pode rasgar a Lei de
Responsabilidade Fiscal por causa dos caprichos de dona Marta",
disse ACM, em aparte a Demóstenes Torres (PFL-GO), que subiu à
tribuna para criticar a prefeita.
Para o goiano, a declaração da
prefeita foi ""uma coisa de má-fé,
gratuita e preconceituosa". Segundo Torres, ela reagiu com
agressividade a críticas lógicas.
Em reunião na terça, senadores
do PFL e do PSDB, de diferentes
regiões, questionaram a legitimidade de uma operação de crédito
entre a Prefeitura de São Paulo e o
BNDES, no valor de R$ 493,8 milhões, que precisa ser ratificada
pelo Senado. Os recursos são para
a implementação da segunda etapa do Programa de Implantação
do Sistema Integrado de Transporte Urbano de Passageiros.
Os senadores da oposição alegaram que a prefeitura já extrapolou
o limite de endividamento para
São Paulo, fixado em resolução do
próprio Senado, e que a cidade
não poderia contratar novos empréstimos. Para esclarecer essas
questões, os integrantes da CAE
(Comissão de Assuntos Econômicos) decidiram chamar o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, e o presidente do BNDES, Carlos Lessa, a uma audiência pública nesta terça-feira.
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