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RIO DE JANEIRO
Comissão da Alerj derruba relatório do TCE que rejeita contas dos governos de Benedita e Garotinho em 2002
Dirceu negocia com PMDB aprovação de contas de petista
MURILO FIUZA DE MELO
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
A aprovação das contas de 2002
dos governos Anthony Garotinho
(PMDB) e Benedita da Silva (PT)
na Comissão de Orçamento da
Alerj (Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro), anteontem, foi resultado de uma negociação de dois meses entre o
ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani, secretário-geral do PMDB fluminense.
A decisão da comissão, que derrubou o relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) favorável à rejeição das contas, será levada ao plenário da Assembléia na
terça-feira, mas dificilmente será
modificada. Se for mantida a rejeição, Garotinho e Benedita correm risco de ter cassados seus direitos políticos e de ficar inelegíveis por oito anos.
O Ministério Público estadual
informou ontem que espera o relatório final da Alerj para decidir
se recorrerá à Justiça.
A Folha apurou que, no acordo
com Picciani, Dirceu condicionou
a liberação de recursos para o Estado à não separação das contas
de Garotinho e de Benedita, como
defendia o ex-governador, que
tem o apoio da maioria dos deputados da Alerj. A intenção de Anthony Garotinho era aprovar as
suas contas e rejeitar as de Benedita. Picciani era contra.
O impasse entre eles atrasou em
dois meses a votação na comissão.
No período, a governadora Rosinha Matheus (PMDB), mulher de
Garotinho, tentou em vão liberar
recursos para terminar de pagar o
13º salário do ano passado dos
servidores estaduais.
No início da semana, Rosinha
não conseguiu, pela segunda vez,
ser recebida pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
Com o apoio da Alerj, a governadora espera reabrir o diálogo com
o governo Lula.
Rosinha insiste na liberação de
R$ 400 milhões relativos a letras
do Tesouro Nacional ao qual o Estado tem direito, para pagar o 13º
salário dos servidores.
"Agora, queremos que o Rio tenha com o governo federal o tratamento de um verdadeiro aliado.
Afinal, Lula teve 80% dos votos
dos cariocas. Acho que esse é um
gesto que harmoniza e unifica o
PT e o PMDB na Assembléia e,
portanto, aponta um caminho de
harmonia do ponto de vista nacional e estadual", disse Picciani.
Ontem, a executiva estadual do
PT orientou a bancada a votar em
plenário pelo parecer da Comissão de Orçamento da Alerj.
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