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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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RIO DE JANEIRO

Comissão da Alerj derruba relatório do TCE que rejeita contas dos governos de Benedita e Garotinho em 2002

Dirceu negocia com PMDB aprovação de contas de petista

MURILO FIUZA DE MELO
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO

A aprovação das contas de 2002 dos governos Anthony Garotinho (PMDB) e Benedita da Silva (PT) na Comissão de Orçamento da Alerj (Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), anteontem, foi resultado de uma negociação de dois meses entre o ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani, secretário-geral do PMDB fluminense.
A decisão da comissão, que derrubou o relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) favorável à rejeição das contas, será levada ao plenário da Assembléia na terça-feira, mas dificilmente será modificada. Se for mantida a rejeição, Garotinho e Benedita correm risco de ter cassados seus direitos políticos e de ficar inelegíveis por oito anos.
O Ministério Público estadual informou ontem que espera o relatório final da Alerj para decidir se recorrerá à Justiça.
A Folha apurou que, no acordo com Picciani, Dirceu condicionou a liberação de recursos para o Estado à não separação das contas de Garotinho e de Benedita, como defendia o ex-governador, que tem o apoio da maioria dos deputados da Alerj. A intenção de Anthony Garotinho era aprovar as suas contas e rejeitar as de Benedita. Picciani era contra.
O impasse entre eles atrasou em dois meses a votação na comissão. No período, a governadora Rosinha Matheus (PMDB), mulher de Garotinho, tentou em vão liberar recursos para terminar de pagar o 13º salário do ano passado dos servidores estaduais.
No início da semana, Rosinha não conseguiu, pela segunda vez, ser recebida pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho. Com o apoio da Alerj, a governadora espera reabrir o diálogo com o governo Lula.
Rosinha insiste na liberação de R$ 400 milhões relativos a letras do Tesouro Nacional ao qual o Estado tem direito, para pagar o 13º salário dos servidores.
"Agora, queremos que o Rio tenha com o governo federal o tratamento de um verdadeiro aliado. Afinal, Lula teve 80% dos votos dos cariocas. Acho que esse é um gesto que harmoniza e unifica o PT e o PMDB na Assembléia e, portanto, aponta um caminho de harmonia do ponto de vista nacional e estadual", disse Picciani.
Ontem, a executiva estadual do PT orientou a bancada a votar em plenário pelo parecer da Comissão de Orçamento da Alerj.

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