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ROLO TRIBUTÁRIO
Jucá diz que quer mudar ICMS da Câmara
Regra que acelerou guerra fiscal pode ser mantida, afirma relator
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da reforma tributária
no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu ontem a possibilidade de manter a regra aprovada pela Câmara para a guerra fiscal entre os Estados. A regra valida por
11 anos os incentivos concedidos
até 30 de setembro.
A data provocou uma corrida
entre os governadores para a
aprovação de novos programas
de benefícios fiscais, o que, na
prática, acabou acirrando a guerra fiscal, que a reforma pretende
eliminar. O Senado, no entanto,
ainda não chegou a um acordo
em torno de uma solução para o
problema.
"Na pior das hipóteses, fica a
data de 30 de setembro", disse Jucá, sem descartar, porém, outras
alternativas. A intenção divulgada
de início pelo núcleo governista
no Senado foi fixar a data-limite
em 30 de abril, dia da chegada das
reformas ao Senado, e criar um
conselho para analisar, caso a caso, os benefícios concedidos no
intervalo entre os dois prazos.
Há, porém, pressões generalizadas pela preservação dos incentivos já aprovados. No caso mais
extremo, os Estados do Centro-Oeste, Goiás à frente, chegam a
defender que saia da reforma a
nova legislação do ICMS destinada a eliminar a guerra fiscal.
Jucá reafirmou que seu relatório, a ser apresentado na próxima
quarta-feira, não será uma proposta definitiva para a reforma.
Nessa primeira versão, adiantou o senador, não deverá estar
contemplado o pleito dos governadores pela liberação de parte de
suas despesas das obrigações
constitucionais -proposta que
sofre oposição das bancadas ligadas às áreas de saúde e educação.
Jucá se reuniu com Jorge Gerdau Johannpeter, coordenador da
Ação Empresarial (que reúne as
confederações patronais), e o deputado Armando Monteiro
(PTB-PE), presidente da Confederação Nacional da Indústria.
No encontro, foi confirmado que
a reforma manterá pontos de interesse do empresariado, como a
desoneração das exportações.
A principal dúvida em relação à
reforma permanece sendo a possibilidade de aprovar ainda neste
ano a unificação da legislação do
ICMS, que é basicamente a única
inovação do projeto.
Jucá disse que não abre mão de
alterações nas regras para o ICMS
aprovadas pela Câmara, o que pode obrigar o texto a voltar para lá.
"Isso não sou eu quem vai decidir,
é o presidente do Senado, José
Sarney [PMDB-AP]", disse Jucá.
Cabe à Mesa do Senado decidir
se as modificações nas regras do
ICMS obrigam toda a legislação
relativa ao imposto a voltar à Câmara ou se parte das regras pode
ser promulgada já.
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