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Evento do PPS com tucanos é "delírio", diz Ciro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PPS e o PSDB divulgaram ontem uma nota conjunta anunciando a realização do 1º Colóquio entre Socialistas e Social-Democratas, no Rio de Janeiro, no
próximo dia 31. Assinam o documento os presidentes dos dois
partidos, o deputado Roberto
Freire (PPS-PE), e o ex-deputado
José Aníbal (PSDB-SP).
Desinformado a respeito da nota, o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PPS), reagiu
com virulência: "Essa é mais uma
baboseira que se faz dentro do
partido sem consultar ninguém.
O deputado Roberto Freire está
delirando. Isso aí é um delírio".
Segundo Ciro Gomes, anteontem, em uma reunião com "uns 15
deputados" do PPS, ninguém teria se manifestado a favor do encontro com o PSDB. "Os dois senadores do partido não sabem
disso, os deputados não sabem, os
dois governadores não sabem. O
deputado Roberto Freire não representa o PPS nesse evento. Pode
falar por ele, mas não pelo partido", disse o ministro.
O principal articulador do encontro, deputado Raul Jungmann
(PPS-PE), devolveu em tom irônico: "Eu não sei o que o Ciro pensa,
mas a decisão foi tomada pelo Diretório Nacional do partido, numa reunião em Foz do Iguaçu. Ele
não estava lá".
Indagado sobre o fato de Jungmann ter se manifestado a favor
do encontro, Ciro reagiu também
com ironia: "O Jungmann é do
PSDB. Agora, se filiou ao PPS".
O PPS é oriundo do PCB (Partido Comunista Brasileiro, que ficou conhecido como "partidão")
e passa por um momento de conflagração interna. Roberto Freire
domina a burocracia partidária.
Ciro Gomes tem influência sobre
a bancada de deputados. A tendência é que os dois grupos se enfrentem na Convenção Nacional,
em março do ano que vem. Segundo Jungmann, apesar de ter o
Ministério da Integração, o PPS
"está no governo, mas não é o governo. Seu projeto vai muito além
e não é subordinado ao do PT".
Para o presidente do PSDB, José
Aníbal, o encontro no Rio servirá
para discutir "uma nova agenda
de centro-esquerda para o país,
porque a agenda do governo está
se esgotando".
Tanto Jungmann quanto Aníbal
disseram que não há nenhuma
proposta de fusão de partidos e
que eventuais alianças eleitorais
também não são o centro do encontro do Rio. Admitiram, porém, que as "afinidades" poderão
gerar acordos já para disputar as
eleições municipais do ano que
vem e "no futuro".
"Se a gente for contabilizar, o
PPS vai fazer mais alianças com o
PSDB do que com o PT nos municípios", disse Jungmann, pernambucano e parceiro de Roberto Freire, que está nos Estados
Unidos.
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