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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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Evento do PPS com tucanos é "delírio", diz Ciro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PPS e o PSDB divulgaram ontem uma nota conjunta anunciando a realização do 1º Colóquio entre Socialistas e Social-Democratas, no Rio de Janeiro, no próximo dia 31. Assinam o documento os presidentes dos dois partidos, o deputado Roberto Freire (PPS-PE), e o ex-deputado José Aníbal (PSDB-SP).
Desinformado a respeito da nota, o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PPS), reagiu com virulência: "Essa é mais uma baboseira que se faz dentro do partido sem consultar ninguém. O deputado Roberto Freire está delirando. Isso aí é um delírio".
Segundo Ciro Gomes, anteontem, em uma reunião com "uns 15 deputados" do PPS, ninguém teria se manifestado a favor do encontro com o PSDB. "Os dois senadores do partido não sabem disso, os deputados não sabem, os dois governadores não sabem. O deputado Roberto Freire não representa o PPS nesse evento. Pode falar por ele, mas não pelo partido", disse o ministro.
O principal articulador do encontro, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), devolveu em tom irônico: "Eu não sei o que o Ciro pensa, mas a decisão foi tomada pelo Diretório Nacional do partido, numa reunião em Foz do Iguaçu. Ele não estava lá".
Indagado sobre o fato de Jungmann ter se manifestado a favor do encontro, Ciro reagiu também com ironia: "O Jungmann é do PSDB. Agora, se filiou ao PPS".
O PPS é oriundo do PCB (Partido Comunista Brasileiro, que ficou conhecido como "partidão") e passa por um momento de conflagração interna. Roberto Freire domina a burocracia partidária. Ciro Gomes tem influência sobre a bancada de deputados. A tendência é que os dois grupos se enfrentem na Convenção Nacional, em março do ano que vem. Segundo Jungmann, apesar de ter o Ministério da Integração, o PPS "está no governo, mas não é o governo. Seu projeto vai muito além e não é subordinado ao do PT".
Para o presidente do PSDB, José Aníbal, o encontro no Rio servirá para discutir "uma nova agenda de centro-esquerda para o país, porque a agenda do governo está se esgotando".
Tanto Jungmann quanto Aníbal disseram que não há nenhuma proposta de fusão de partidos e que eventuais alianças eleitorais também não são o centro do encontro do Rio. Admitiram, porém, que as "afinidades" poderão gerar acordos já para disputar as eleições municipais do ano que vem e "no futuro".
"Se a gente for contabilizar, o PPS vai fazer mais alianças com o PSDB do que com o PT nos municípios", disse Jungmann, pernambucano e parceiro de Roberto Freire, que está nos Estados Unidos.

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