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ELEIÇÕES 2006 / CASO DAS CARTILHAS
Gushiken só vai entregar defesa depois das eleições
Ex-ministro, Duda e Matisse devem dar nova explicação ou devolver R$ 11,7 mi
O prejuízo é pelo suposto superfaturamento de mais de 3 milhões de revistas e outros 1,9 milhão, que não teriam sido entregues
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pedido do ex-ministro Luiz
Gushiken, o TCU (Tribunal de
Contas da União) prorrogou
em um mês o prazo para ele e as
agências de publicidade Duda
Mendonça e Matisse apresentarem novas explicações ou devolverem aos cofres públicos
R$ 11,7 milhões pagos pela Presidência da República por serviços supostamente superfaturados ou que nem sequer foram
executados.
A prorrogação de prazo foi
aprovada na quarta-feira passada, véspera do feriado. Gushiken alegou que precisava de
mais tempo além dos 15 dias
concedidos inicialmente para
reunir documentos e apresentar sua defesa.
Pedidos semelhantes foram
apresentados por duas das
agências de publicidade contratadas pelo Planalto para cuidar das edições de balanços das
ações de seis meses a dois anos
do governo Lula.
"Os envolvidos devem ter
prazo suficiente para refutar",
comentou ontem o ministro
Ubiratan Aguiar.
No relatório aprovado há
cerca de um mês, o TCU calculou em R$ 11,7 milhões o valor
do prejuízo causado com o superfaturamento de mais de 3
milhões de revistas e o pagamento de outros 1,9 milhão de
exemplares, que não teriam sido entregues.
De acordo com a justificativa
que a Secom submeteu ao TCU,
parte das cartilhas (930 mil
exemplares) sobre as ações do
governo Lula teria sido distribuída pelo PT.
A suposta participação do
PT, além de não afastar a tese
de pagamento por serviços não
prestados, foi considerada um
agravante nas investigações.
Uma "confusão entre ação governamental e ação partidária,
com claros objetivos promocionais", afirma o relatório.
A prorrogação de 30 dias no
prazo de defesa começa a contar a partir da data de notificação dos envolvidos e não paralisa a correção dos valores cuja
devolução aos cofres públicos o
TCU cobra.
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