São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Governo adia a liberação de R$ 1 bi para produtor de soja

Ministro diz que postergação é resposta à acusações de uso político do dinheiro

Recursos eram promessa de Lula ao governador reeleito do MT, Blairo Maggi (PPS), que, contrariando o partido, agora apóia o presidente


FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de sofrer fortes críticas da oposição, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu adiar para 30 de outubro, um dia após o segundo turno das eleições, a publicação da medida provisória que garantirá R$ 1 bilhão para apoio às vendas dos produtores de soja. E atribuiu o ônus da postergação aos opositores.
Na quarta-feira passada o governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), conhecido como "rei da soja", anunciou apoio à reeleição do presidente, contrariando decisão do seu partido. Em seguida foi revelado que o R$ 1 bilhão, uma das promessas de Lula ao governador eleito, seria autorizado nesta semana.
A decisão de postergar a edição da MP foi anunciada ontem pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, que convocou uma entrevista coletiva em São Paulo para falar do assunto. Ele negou uso eleitoral, afirmou que o recurso estavam previstos desde maio deste ano e acusou a oposição.
"Eu diria, como responsável pela politica agrária, que o desejado era que [a medida provisória] fosse publicada imediatamente, o ideal é que fosse feita já, sobretudo quando estamos realizando o plantio. Mas para que não haja essa acusação, tomamos decisão de postergar a publicação para dia 30 [de outubro], infelizmente, face a essas acusações da oposição que mostram que ela não tem compromisso com o produtor rural e agronegócio", afirmou.
Guedes Pinto disse que as negociações com o Ministério da Fazenda sobre a liberação do dinheiro foram concluídas recentemente e seriam repassadas por sua pasta. "Fechamos negociação agora, nesta semana", afirmou. Questionado do porquê da informação ter sido passada primeiro a Maggi, disse que não poderia falar pela Presidência da República.
"O que posso dizer é que [Maggi] procurou para levar a demanda do Estado e junto a Presidência recebeu informações dos trabalhos." O ministro falou ainda do apoio manifestado pelo governador. "O que para mim fica evidente é que governador considerou que politica agrícola lhe parece mais consistente", declarou.
O ministro destacou dados positivos na entrevista. Disse que o apoio a comercialização agrícola dado pelo governo Lula "é o maior da historia do Brasil" desde 1986. Até aquele ano o governo operava os preços mínimos da agricultura fora dos limites orçamentários.


Colaborou MAURO ZAFALON, da Reportagem Local

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