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Comissão da Câmara aprova regras para restringir MPs
Pelo projeto votado na CCJ, medidas provisórias não viram lei automaticamente
Texto, que passou no Senado, diz que não pode haver MPs sobre tributo, além de dar prazo de seis dias para que Congresso analise propostas
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após o presidente da
Câmara, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), classificar como "insuportável" o ritmo de edição
de medidas provisórias pelo governo federal, a CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça) da
Casa aprovou ontem uma PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) que diminui o poder do
Palácio do Planalto na edição
das MPs, além de alterar o seu
rito no Congresso.
O texto, de autoria do senador Antonio Carlos Magalhães
(DEM-BA), morto em julho, foi
aprovado de forma simbólica
(sem registro nominal dos votos) e segue agora para comissão especial, antes da votação
no plenário. O projeto já foi
aprovado pelo Senado.
Entre as mudanças previstas
está a que tira das MPs a imediata força de lei, assim que são
editadas. Pela emenda, a MP só
terá eficácia após a aprovação
de sua admissibilidade por comissão ou pelo plenário de uma
das Casas do Congresso, que terão prazo máximo de seis dias
úteis para analisar o texto.
A MP poderá ser rejeitada,
caso haja entendimento de que
ela não atende aos preceitos
constitucionais de ser ao mesmo tempo urgente e relevante.
Hoje, a crítica de oposicionistas
e governistas é a de que o governo edita muitas MPs sem relevância ou urgência.
A emenda prevê também que
as MPs não poderão tratar de
tributos, a não ser para reduzi-los ou extingui-los, e deverão
conter apenas um assunto, vedando prática comum hoje tanto do governo quanto do Congresso de incluir assuntos totalmente alheios na medida, os
chamados "contrabandos".
Além disso, o texto prevê que
a Câmara terá 40 dias, e o Senado, 30, para analisar a MP sem
que ela passe a ter a prevalência
sobre outras votações, o chamado "trancamento da pauta".
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