São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Candidatos admitem já ter fumado maconha

Candidato do PV afirma que parou para não ir contra lei

DA SUCURSAL DO RIO

Eduardo Paes admitiu, no debate, já ter experimentado maconha. Fernando Gabeira reafirmou já ter usado a droga, mas disse que parou de fazê-lo para não desrespeitar as leis.
Questionado se já havia fumado maconha, Paes respondeu que sim. Disse que isso não era novidade, pois se lembrava de há muitos anos ter comentado o fato em uma entrevista.
"Já experimentei maconha. Não gostei. Nunca mais usei. E acho que a droga é um mal na sociedade. Sou totalmente contra a descriminalização", disse. "Vi pessoas próximas a mim se perderem na droga." Ele afirmou considerar que "a droga está na raiz dos problemas" do Rio e é "a origem" da "violência que toma conta" da cidade.
"A descriminalização, a apologia a usar droga, é um mal. (...) Fumei, traguei e não gostei."
A repercussão na internet da afirmação de Paes assumindo ter fumado maconha assustou a campanha. No início da noite, a assessoria soltou nota tentando minimizar a declaração.
"Percebo (pelas notícias publicadas on-line) uma tentativa de igualar o experimento de um cigarro de maconha por um jovem -que, homem público, sempre se posicionou contra a legalização da maconha- com um deputado federal que marcou sua vida pela defesa da legalização. Jamais esse tema foi prioridade na minha vida e, sempre que abordado sobre a legalização, refutei veementemente", disse ele na nota.
Ex-defensor da liberação e, posteriormente, descriminalização do uso de drogas, Gabeira afirmou ser "um dos poucos políticos do mundo que se dedicam a estudar e a formular sobre políticas de drogas".
"Sou uma referência. Em alguns lugares me entrevistam sobre isso, na América Latina. Tanto é que escrevo sobre o tema intensamente", disse o candidato do PV, que defendeu uma reforma policial antes de o tema voltar a ser relevante.
"No futuro, daqui a dez, 15, 20 anos, essa questão será discutida em um outro contexto. No passado, eu defendi essa posição [legalização], mas a minha candidatura (...) era propagandística. (...) Lançava as idéias para discuti-las. Até hoje essas idéias estão no circuito."
Gabeira disse que, por ser deputado e para não desrespeitar leis, não fuma mais maconha.
"Eu posso obter efeitos semelhantes ao relaxamento produzido pela droga através da meditação." Após a divulgação da nota de Paes, o candidato do PV preferiu não rebater: "Nossos hábitos particulares no passado não são os mais importantes. O importante é entender os problemas da cidade".
Questionado por Gabeira sobre qual seria o papel da prefeitura no combate à violência, Paes disse que um dos "vetores de ação" é a promoção social de jovens para afastá-los do tráfico. "Como fazer para oferecer alternativa para esses jovens nessas comunidades? Programas esportivos, culturais."
Sobre a campanha em São Paulo, os dois criticaram a veiculação pela campanha de Marta Suplicy de perguntas sobre a vida privada de Gilberto Kassab. "Houve um equívoco tão profundo que não joga apenas no chão uma candidatura. É um equívoco que pode jogar no chão a carreira de um político", afirmou Gabeira.


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