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Candidatos admitem já ter fumado maconha
Candidato do PV afirma que parou para não ir contra lei
DA SUCURSAL DO RIO
Eduardo Paes admitiu, no
debate, já ter experimentado
maconha. Fernando Gabeira
reafirmou já ter usado a droga,
mas disse que parou de fazê-lo
para não desrespeitar as leis.
Questionado se já havia fumado maconha, Paes respondeu que sim. Disse que isso não
era novidade, pois se lembrava
de há muitos anos ter comentado o fato em uma entrevista.
"Já experimentei maconha.
Não gostei. Nunca mais usei. E
acho que a droga é um mal na
sociedade. Sou totalmente contra a descriminalização", disse.
"Vi pessoas próximas a mim se
perderem na droga." Ele afirmou considerar que "a droga
está na raiz dos problemas" do
Rio e é "a origem" da "violência
que toma conta" da cidade.
"A descriminalização, a apologia a usar droga, é um mal. (...)
Fumei, traguei e não gostei."
A repercussão na internet da
afirmação de Paes assumindo
ter fumado maconha assustou
a campanha. No início da noite,
a assessoria soltou nota tentando minimizar a declaração.
"Percebo (pelas notícias publicadas on-line) uma tentativa
de igualar o experimento de um
cigarro de maconha por um jovem -que, homem público,
sempre se posicionou contra a
legalização da maconha- com
um deputado federal que marcou sua vida pela defesa da legalização. Jamais esse tema foi
prioridade na minha vida e,
sempre que abordado sobre a
legalização, refutei veementemente", disse ele na nota.
Ex-defensor da liberação e,
posteriormente, descriminalização do uso de drogas, Gabeira
afirmou ser "um dos poucos
políticos do mundo que se dedicam a estudar e a formular sobre políticas de drogas".
"Sou uma referência. Em alguns lugares me entrevistam
sobre isso, na América Latina.
Tanto é que escrevo sobre o tema intensamente", disse o candidato do PV, que defendeu
uma reforma policial antes de o
tema voltar a ser relevante.
"No futuro, daqui a dez, 15,
20 anos, essa questão será discutida em um outro contexto.
No passado, eu defendi essa posição [legalização], mas a minha candidatura (...) era propagandística. (...) Lançava as
idéias para discuti-las. Até hoje
essas idéias estão no circuito."
Gabeira disse que, por ser deputado e para não desrespeitar
leis, não fuma mais maconha.
"Eu posso obter efeitos semelhantes ao relaxamento produzido pela droga através da
meditação." Após a divulgação
da nota de Paes, o candidato do
PV preferiu não rebater: "Nossos hábitos particulares no passado não são os mais importantes. O importante é entender os
problemas da cidade".
Questionado por Gabeira sobre qual seria o papel da prefeitura no combate à violência,
Paes disse que um dos "vetores
de ação" é a promoção social de
jovens para afastá-los do tráfico. "Como fazer para oferecer
alternativa para esses jovens
nessas comunidades? Programas esportivos, culturais."
Sobre a campanha em São
Paulo, os dois criticaram a veiculação pela campanha de
Marta Suplicy de perguntas sobre a vida privada de Gilberto
Kassab. "Houve um equívoco
tão profundo que não joga apenas no chão uma candidatura.
É um equívoco que pode jogar
no chão a carreira de um político", afirmou Gabeira.
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