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Lula manifesta frustração com medidas para economia
Em reunião com petistas, presidente sugeriu mudar Lei de Responsabilidade Fiscal
Líder do governo no Senado afirmou que Lula está "angustiado" com a falta
de propostas concretas
para acelerar o crescimento
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou parte da reunião de ontem com líderes petistas reclamando da falta de
propostas concretas para atingir um crescimento econômico
de 5% do PIB (Produto Interno
Bruto) associado à distribuição
de renda. Segundo os presentes, Lula está "angustiado" com
isso e cobrando "ousadia" de
sua equipe econômica.
"Ele conversou com algumas
personalidades, governadores,
pegou a turma da infra-estrutura e da economia e deu uma
chacoalhada. Está muito preocupado com isso. O que o preocupa mais é o crescimento, os
investimentos e os nós da infra-estrutura", disse a líder do PT
no Senado, Ideli Salvatti (SC).
O presidente considerou tímida a proposta de cortes de
impostos apresentada pela
equipe econômica na última
terça-feira e solicitou aos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Luiz Fernando Furlan
(Desenvolvimento) que elaborem um plano conjunto.
Na reunião de ontem, Lula
defendeu mudanças na Lei de
Responsabilidade Fiscal para
estimular investimentos e
crescimento da economia.
"Tem recursos no BNDES, na
Caixa Econômica Federal, mas
as prefeituras e os Estados estão endividados. A Lei de Responsabilidade Fiscal é importante, mas temos que encontrar fórmulas para o crescimento fluir. Ele está com uma
série de angústias", disse a senadora, ao relatar o encontro.
Ainda de acordo com a líder
do PT, Lula quer "ousadia" no
próximo mandato e sua prioridade é o crescimento econômico com distribuição de renda.
Segundo a senadora, Lula disse
que a pressa dele "não é por nomes, é por propostas."
As críticas de Lula ao plano
elaborado por sua equipe econômica, coordenada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), foram vistas como um sinal
de que a manutenção do atual
time não está totalmente assegurada no segundo mandato.
Lula pretendia fazer mudanças em sua equipe econômica
no próximo ano. Recuou depois
do bombardeio do grupo desenvolvimentista contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
O presidente desautorizou o
grupo, formado por Dilma
Rousseff (Casa Civil), Tarso
Genro (Relações Institucionais) e Guido Mantega, que defendeu uma queda brusca da
taxa de juros.
Ao mesmo tempo, fortaleceu
Henrique Meirelles ao dizer
que não iria admitir "aventuras" na economia e que não
permitiria a volta da inflação.
Disse que também defendia a
queda de juros, mas que ela deveria continuar sendo gradual.
O presidente ficou insatisfeito principalmente com a falta
de medidas para desonerar novos investimentos produtivos.
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