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Diretor da PF deve sair junto com Bastos
Ministro da Justiça mantém disposição de não continuar no governo, o que deve motivar a saída de Paulo Lacerda do cargo
Presidente anunciou que na segunda iniciará conversas oficiais para definir nomes do ministério e escalou Tarso Genro para ajudá-lo
VALDO CRUZ
ANDREA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou a auxiliares
que, na próxima segunda-feira,
inicia os "contatos oficiais" para montagem de seu novo ministério. Lula convocou o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, para ajudá-lo nessas conversas, nas quais
terá de encontrar um substituto para o ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, que
manteve ontem sua disposição
de deixar o governo Lula.
Com a saída de Thomaz Bastos, o diretor-geral da Polícia
Federal, Paulo Lacerda, também deixará o posto. Lacerda,
porém, deve continuar no governo, mas em outra área.
Ele pode comandar a Abin
(Agência Brasileira de Inteligência), a CGU (Controladoria
Geral da União) ou o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social). Nesse último posto, teria
a missão de combater fraudes
no sistema previdenciário, fazendo uso de seus conhecimentos de investigação.
Na lista dos candidatos a ocupar o posto de Paulo Lacerda, o
favorito é o atual diretor da
área de inteligência da PF, Renato Porciúncula, seguido pelo
diretor-executivo do órgão,
Zulmar Pimentel.
Reestruturação
Enquanto Lula inicia a fase
dos contatos oficiais, um grupo
ministerial estará analisando
mudanças estruturais no governo. A idéia não é cortar ministérios, mas mudar as atribuições de alguns e tornar determinados setores do governo
mais eficientes.
A própria Presidência da República deve passar por esse
processo de reestruturação, reforçando principalmente as
áreas de apoio ao gabinete do
presidente Lula.
Deve ser estudada, por exemplo, a transferência do Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério da Fazenda para o da Justiça, antigo desejo do ministro
Thomaz Bastos.
Pode também haver mudanças em ministérios do setor de
infra-estrutura, como Comunicações, Transportes e Minas e
Energia, na busca de agilizar o
andamento de obras federais.
Articulação política
Ao convocar Tarso Genro para o trabalho de montagem de
seu ministério, Lula sinaliza
que não está descartada a permanência do ex-presidente do
PT no comando da articulação
política do governo.
O próprio Tarso, no entanto,
gostaria de mudar de pasta. Se
dependesse apenas de sua vontade, iria para o Ministério da
Justiça, pasta para a qual também está cotado o ministro do
STF (Supremo Tribunal Federal) Sepúlveda Pertence.
O peemedebista Nelson Jobim, citado como candidato ao
lugar de Thomaz Bastos, já avisou que não aceitará o posto.
Seu nome é lembrado atualmente justamente para o lugar
de Tarso Genro.
A indicação de Jobim teria a
vantagem de abrir espaço para
um nome do PMDB participar
das reuniões de coordenação
de governo, reivindicação do
partido. O problema é a resistência do PT ao nome do ex-presidente do STF.
Caso realmente decida mudar sua articulação política, Lula tem como nome mais forte o
do governador do Acre, Jorge
Vianna (PT).
Vianna esteve recentemente
com o presidente Lula, e, em
seguida, fez contatos com o
PMDB, na busca de reduzir resistências a seu nome.
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