|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Encontro de Temer com governadores do PMDB eleitos é esvaziado
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS
Foi esvaziada, antes mesmo
de começar, a reunião dos sete
governadores eleitos pelo
PMDB que estava agendada para hoje, em Florianópolis. O encontro, que discutiria a adesão
em bloco ao segundo governo
de Luiz Inácio Lula da Silva, deve se resumir a um bate-papo
entre três governadores que começam o mandato em 2007.
O organizador é o governador eleito de Santa Catarina,
Luiz Henrique da Silveira. Apenas o eleito por Mato Grosso do
Sul, André Puccinelli, e o reeleito pelo Paraná, Roberto Requião, confirmaram presença
até o final da tarde de ontem.
O presidente nacional do
PMDB, Michel Temer, e o governador do Rio Grande do Sul,
Germano Rigotto -derrotado
ainda no primeiro turno-,
eram os dois outros nomes da
lista de confirmações da Casa
Militar do governo de Santa Catarina no final do dia.
No meio da tarde, a assessoria de Luiz Henrique garantia
que apenas o governador eleito
do Rio, Sérgio Cabral, havia antecipado que não iria ao encontro. Assessores de Luiz Henrique disseram que Cabral tentou "politizar" a reunião em entrevistas do dia ao propor
"campo neutro" para o local do
encontro. Paulo Hartung (ES),
Marcelo Miranda (TO) e
Eduardo Braga (AM) integram
a lista de governadores peemedebistas que não haviam confirmado presença.
Luiz Henrique se reelegeu
em aliança com o PSDB e fez
campanha para Geraldo Alckmin. Na eleição de 2002 ele estava com Lula, compôs com o
PT no segundo turno e chegou
a atribuir sua vitória à época ao
partido do presidente.
Ele voltou ontem a Florianópolis, depois de descansar em
Buenos Aires da vitória no segundo turno. Na segunda-feira,
o TRE-SC vota um processo de
inelegibilidade dele por abuso
de poder econômico, que já tem
voto favorável do juiz relator.
Luiz Henrique renunciou ao
atual mandato de governador
para disputar a reeleição. O Estado é hoje governado por
Eduardo Pinho Moreira.
Ausência de Cabral
Ao anunciar que não participará da reunião do PMDB, Sérgio Cabral disse que deveriam
participar do encontro todos os
governadores eleitos pelo partido, não só os considerados
oposicionistas a Lula.
Alinhado ao petista, para
quem pediu votos e fez campanha no segundo turno, Cabral
defendeu que a reunião fosse
marcada para "terreno neutro",
no caso Brasília, com a presença dos principais dirigentes do
PMDB. Como isso não ocorrerá, resolveu não comparecer.
"Ela [a proposta da reunião]
começou com muito ruído, e eu
quero o PMDB unido", afirmou
Cabral, que revelou ter discutido o assunto em encontro recente com o governador reeleito Paulo Hartung (ES).
Com o presidente Lula, Cabral disse não ter conversado.
Negou que o presidente tenha
telefonado para ele, a fim de pedir que não comparecesse ao
encontro. "De maneira alguma.
Jamais recebi qualquer ligação
nesse sentido", afirmou o governador eleito.
Ao lado de Cabral em entrevista no Palácio da Cidade, no
Rio, o prefeito Cesar Maia
(PFL) pediu permissão para
opinar sobre o tema.
Autorizado pelo governador
eleito, o pefelista afirmou:
"Acho que é um atraso. Voltar à
República dos governadores,
enfraquecer os partidos políticos. Os governadores são parte
dos partidos políticos".
Colaborou SERGIO TORRES, da Sucursal do Rio
Texto Anterior: Diretor da PF deve sair junto com Bastos Próximo Texto: Câmara: PMDB diz não abrir mão de ter um filiado na presidência da casa Índice
|