São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Projeto nuclear do Brasil é antigo, diz especialista

DA SUCURSAL DO RIO

O diretor do CEAs (Centro de Estudos das Américas), Clóvis Brigagão, disse ontem que a tentativa de trazer para o Brasil a tecnologia de propulsão nuclear é anterior à descoberta do megacampo de petróleo e gás natural, que vem sendo programada há anos "a passos de tartaruga".
Brigagão referiu-se às declarações de anteontem do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que usou a nova reserva do país para pregar o reaparelhamento das Forças Armadas. Jobim apontou a necessidade do submarino de propulsão nuclear.
"O desenvolvimento tecnológico gradual a Marinha tem, graças a sua independência financeira, e não depende do poço de petróleo", disse Brigagão. "Como o ministro é um político, usou a descoberta de grandes recursos para levantar a questão."
Brigagão disse, contudo, que se for confirmada a quantidade estimada de petróleo e gás, o Brasil será outro país e pode gerar cobiça. "Aí é preciso cercar a reserva de cuidados maiores, onde entraria o submarino."
O cientista político americano Craig Deare, especialista em assuntos militares e América Latina, concorda com a tese da defesa das reservas. "Num mundo baseado em petróleo, todo país sul-americano tem que se preocupar em proteger suas fontes energéticas", disse.
"Não saberia dizer se a melhor maneira [de proteger as reservas de petróleo] é o submarino, pelas minhas limitações sobre o assunto. O Brasil é um país que não tem interesse de proliferação nuclear, mas isso não quer dizer que tenha que se abdicar de ter tecnologia nuclear", declarou o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Roberto Jaguaribe.


Texto Anterior: Venezuelano cria tensão, afirmam analistas
Próximo Texto: Eleição implode comando petista em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.