São Paulo, Sexta-feira, 17 de Dezembro de 1999


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PAINEL

Jogo do milênio

O PSDB vai apostar tudo na comissão do parlamentarismo, que Michel Temer promete reativar no início de 2000. Tem o aval do Planalto, cujo ânimo com o assunto aumenta na medida em que FHC recupera pontos de popularidade.

Dourando a pílula

Por volta de fevereiro, os tucanos planejam obter depoimentos favoráveis ao parlamentarismo de setores diversos da sociedade. Para que a mudança do sistema político não fique carimbada partidariamente, algo que interesse só a FHC.

Maldade federal

A Fazenda acha que a criação da agência de defesa da concorrência, proposta por Gesner Oliveira (Cade), não passa de um cabide de empregos. Pode até sair, mas não terá a Secretaria de Acompanhamento Econômico do ministério.


Tom e Jerry

O Itamaraty e o Ministério da Agricultura fazem jogo combinado nas discussões multilaterais sobre protecionismo: Pratini de Moraes morde e o chanceler Lampreia assopra. Dizem que tem dado certo.

Papel cumprido

Acabou melancolicamente a CPI da Funai, desarquivada no começo do ano para impedir a criação da CPI do grampo do BNDES. Limitou-se a pedir a revisão da demarcação de duas áreas indígenas. Nem o Estatuto do Índio, que tramita na Câmara, chegou a ser discutido.

Exercício findo

FHC prometeu em agosto liberar R$ 11 mi para o programa de modernização dos seringais do Acre, o "Amazônia Solidária". Marina Silva (PT-AC) já falou com Malan (Fazenda) e Martus Tavares (Planejamento), mas o dinheiro não saiu.

Maldição

Mendonção tem dito que não acredita em crescimento econômico do Brasil acima de 2% no ano que vem. Reservadamente, fala em taxa de 1%. O ex-ministro das Comunicações só detona a equipe econômica.

Esquentando o motor

Augusto Fonseca vai fazer a campanha publicitária de Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo no ano que vem. O marketeiro trabalhou para a agência de Duda Mendonça na disputa vitoriosa de German Kammerath pela Prefeitura de Córdoba, na Argentina.

Dia seguinte

Geddel Vieira Lima, líder do PMDB na Câmara, ligou para FHC às 8h ontem. Para negar que tenha sentado a pua no governo durante jantar de confraternização do partido. "O senhor me conhece, é até o meu estilo, mas eu não falei."

Contra-ataque

Ronaldo Lessa (PSB) quer estadualizar os cartórios de registro civil de AL. Alegando prejuízos, os cartórios não aceitaram participar da campanha de registro gratuito de crianças.

"Curriculum vitae"

Projeto de Romero Jucá (PSDB) cria o "antidoping eleitoral". Todos os candidatos, menos os que disputam cargos municipais, teriam de apresentar o teste ao Tribunal Regional Eleitoral. O usuário não seria proibido de disputar. "É só para a população saber em quem está votando", diz o senador.

Visita à Folha

Wady Jasmin, presidente da Santos Brasil Tecon Terminal de Contêineres, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Carlos Brickmann, diretor da Brickmann Associados, e de Ruth Feijó, diretora de Atendimento da Calia Assumpção e Associados.

O empresário Eduardo da Rocha Azevedo e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, fundadores e diretores das Faculdades de Campinas, visitaram ontem a Folha.

TIROTEIO

De Pitta, sobre Erundina, pré-candidata do PSB à sua sucessão, dizer que, por incompetência, Maluf e o atual prefeito criaram a divida de SP e, por irresponsabilidade, vão deixá-la para os outros pagarem:
- Dona Erundina aposta na desinformação. É responsável por 34,69% da dívida. A gestão passada, por 33,94% e as anteriores, por 31,37%. Não emiti títulos. A dívida cresceu a juros absurdos até a última segunda, quando equacionei o problema pelos próximos 30 anos.

CONTRAPONTO

Folclore janista
Jânio Quadros foi convidado, alguns anos após a renúncia, a dar uma palestra na Universidade Mackenzie, em São Paulo.
O auditório estava lotado. Assim que entrou, o ex-presidente percebeu que o clima não seria nem um pouco favorável - foi recebido com uma vaia estrondosa pelos estudantes.
Jânio falou durante uma hora, sem se importar com as piadinhas, assobios e outras zombarias dos estudantes.
Quando terminou de falar, o reitor abriu para as perguntas. Um rapaz de cabelos compridos e chinelos, sem nenhuma cerimônia, perguntou:
- Você renunciou por quê?
O auditório ficou em silêncio. Jânio ajeitou os óculos, olhou bem para o garoto e respondeu, provocando gargalhadas:
- O senhor já deve ter ouvido falar em Benjamin Franklin. Ele dizia que intimidade gera dois tipos de problemas: filhos e aborrecimentos. Como não quero ter nenhum dos dois com o senhor, dobre a sua língua ao se dirigir a um ex-presidente!

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